O ódio no seu estado mais primitivo

Em Janeiro, lemos esta infame notícia: uma mulher foi violada em grupo na Índia para pagar pelo “crime” de se ter envolvido com um homem de outra comunidade. Foram ambos condenados a pagar uma multa, que ele pagou e ela não, por não ter dinheiro. Os anciãos ditaram, então, que fosse violada por mais de dez homens. Foi. E em seguida foi hospitalizada. Venceu, em nome da tradição, a “justiça” da barbárie e do terror. Agora não houve qualquer condenação nem regra quebrada, mas duas jovens foram violadas no Uttar Pradesh e em seguida enforcadas numa árvore. Porquê? Eram da casta dalita. Funcionou, pois, o ódio no seu estado mais primitivo. E apesar de as leis indianas ditarem penas mais duras para os violadores, de 2001 a 2011 o registo de violações aumentou 336%, ignorando-se quantas terão sido silenciadas. Este crime voltou a suscitar protestos nas ruas, mas quando tudo acalmar, os criminosos voltarão a ditar as suas leis.

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