Maria Teresa Horta distinguida com o Prémio de Consagração de Carreira da SPA

O galardão, que é entregue no próximo dia 22, Dia do Autor Português

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Maria Teresa Horta Enric Vives-Rubio

O galardão, que é entregue no próximo dia 22, Dia do Autor Português, distingue a poeta e ficcionista, “pela qualidade, extensão e representatividade da sua obra”, lê-se no comunicado da SPA.

“Maria Teresa Horta tem vindo a ser galardoada com alguns dos mais importantes prémios literários portugueses; recorde-se que Maria Teresa Horta, jornalista de profissão durante décadas, foi uma das autoras das Novas Cartas Portuguesas e é autora de uma vasta obra poética e também de ficção narrativa”, escreve a SPA.

No ano passado, Maria Teresa Horta publicou o livro de poesia A Dama e o Unicórnio, ilustrado com reproduções da série de tapeçarias La Dame à la Licorne, patentes no Museu de Cluny, em França, cuja edição inclui um CD com a cantata profana de António de Sousa Dias, sobre o poema da autora, que dá título ao livro, e uma versão gravada da obra, dita pela actriz Ana Brandão.

Maria Teresa Horta, de 76 anos, frequentou a Faculdade de Letras, é autora de várias obras, foi jornalista. Estreou-se na poesia em 1960 e tem toda a obra poética coligida em Poesia Reunida (2009), edição que lhe valeu o Prémio Máxima Vida Literária.

É autora dos romances Ambas as Mãos sobre o Corpo, Ema, distinguido com o Prémio Ficção Revista Mulheres, e A Paixão segundo Constança H.. Com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, escreveu Novas Cartas Portuguesas.

Em 2011 publicou As Luzes de Leonor, romance sobre a Marquesa de Alorna, sua antepassada, ao qual foi atribuído, no ano passado, o Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus, galardão que se recusou receber das mãos do actual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “por ser uma pessoa que está empenhada em destruir o nosso país”, disse a escritora, na ocasião, à agência Lusa.

“Sempre fui uma mulher coerente; as minhas ideias e aquilo que eu faço têm uma coerência”, salientou a escritora que acrescentou: “Sou uma mulher de esquerda, sempre fui, sempre lutei pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores”.

Para Maria Teresa Horta, “o primeiro-ministro está determinado a destruir tudo aquilo que conquistámos com o 25 de Abril [de 1974] e as grandes vítimas têm sido, até agora, os trabalhadores, os assalariados, a juventude que ele manda emigrar calmamente, como se isso fosse natural”.