O Governo já tinha há muito a intenção de passar de temporários a definitivos os cortes que estão a afectar os pensionistas e os funcionários públicos. E o próprio PS já admitiu que se for Governo não estará em condições de repor, no imediato, os níveis de rendimento de antes da crise. E numa altura em que o Governo se prepara para anunciar as medidas definitivas que vão substituir a CES e uma nova tabela remuneratória na função pública, eis que Cavaco Silva vem sugerir que o Governo aproveite o facto de a economia estar a crescer para “reparar sacrifícios” que foram impostos a esses dois grupos.

Esta afirmação deixa o Governo sem respaldo político para avançar com os cortes permanentes. Cavaco acaba por passar uma ideia de facilidades, como se o problema das contas públicas já estivesse resolvido; o que é manifestamente exagerado.