Mais de 16,1% do solo chinês está contaminado, reconheceu o Governo
Foram recolhidas amostras em 6,3 milhões de quilómetros quadrados do território (cerca de dois terços da área do país), e destes mais de um milhão encontra-se poluído, de acordo com estudo realizado entre 2005 e 2013. O Ministério da Protecção Ambiental chinês culpa a actividade agrícola pela contaminação do solo, mas também “outras actividades humanas”.
Sabia-se que este estudo existia, e tem suscitado muitos rumores, diz a AFP, pois as autoridades chinesas tinham-se recusado a torna-lo público no ano passado, considerando-o um segredo de Estado. Contudo, esta quinta-feira publicaram finalmente o estudo no site oficial do Ministério da Protecção Ambiental (www.mep.gov.cn).
As autoridades chinesas estão muito preocupadas com o impacto que a poluição está a ter na economia. “É difícil estar optimista com estes resultados”, disse o Ministério da Protecção Ambiental em comunicado.
Esta crescente degradação do meio ambiente é um grande flagelo para população chinesa, cada vez menos disposta a aceitar o sacrifício do ambiente e da sua própria saúde pelo crescimento económico.
A grande maioria dos rios na China encontra-se moderadamente ou gravemente poluídos e os escândalos sobre a contaminação das águas subterrâneas têm sido comuns. Isto sem mencionar as constantes notícias sobre a degradação da qualidade do ar, afectando regiões inteiras da segunda economia mundial.
A China anunciou, na semana passada, o seu primeiro projecto-piloto para o tratamento de metais pesados no solo, na província de Hunan. O mesmo local que, no ano passado, foi envolvido numa série de escândalos, devido à contaminação do arroz por cádmio (é um dos metais mais tóxicos, apesar de ser um elemento químico essencial).
O Ministério chinês da Protecção Ambiental já reconheceu também em 2013, a existência de algumas " aldeias do cancro ".