"A revolução portuguesa, nos moldes em que foi feita, pelo facto de terem sido militares de postos intermédios do Exército, Força Aérea e Armada a fazer uma revolução com um cunho, inicialmente, pelo menos, de carácter socialista", despertou em Gabriel García Márquez um "interesse enorme", recorda o militar que coordenou o Movimento das Forças Armadas em 1974.
Otelo Saraiva de Carvalho recorda-se de algumas das reportagens que o escritor colombiano realizou sobre o 25 de Abril: "Gostei bastante da forma como fez a descrição da Revolução dos Cravos." "Não só o que escreveu, mas sobretudo a forma como escreveu" salienta.
"Politicamente foi um homem que sempre teve uma paixão intensa por processos revolucionários que pudessem fazer singrar a humanidade em termos de vida política, de acesso dos trabalhadores ao poder e à participação da vida política activa do país", adiantou.