Há duas referências culturais fortes a pairar sobre o mais recente trabalho do francês François Ozon: de um lado, a poesia de Rimbaud, do outro, as canções de Françoise Hardy, pontuando as quatro estações do último ano de adolescência de Isabelle antes de entrar na idade adulta. Ou melhor: o ano entre os 17 e os 18 anos em que Isabelle se descobre mais adulta do que a sua idade, compreende o seu corpo e o poder que ele tem sobre os outros, e decidindo-se a experimentar viver dele com uma naturalidade e uma desenvoltura que perturbam o conforto burguês da sociedade convencional, prostituindo-se de livre e espontânea vontade. É mais um dos retratos certeiros e económicos de mulher a contra-corrente do mundo em que o cineasta francês se tem especializado, com a estreante Marine Vacth a encarnar na perfeição uma personagem que resiste a todas as tentativas de catalogação fácil.
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