Mais de 100 adolescentes nigerianas raptadas da escola por grupo islamista
Estudantes deviam fazer exame esta semana, e os membros do Boko Haram são contra a educação ocidental.
“A escola foi atacada por homens em vários veículos”, afirmou Emmanuel Sam, da Secretaria de Educação de Chibok, citado pela AFP. Vieram em camiões e motas, segundo outras testemunhas citadas pela agência noticiosa.
As estudantes deviam submeter-se esta semana a um exame anual que lhes poderia dar acesso a um diploma comum a vários países africanos anglófonos, o WAEC. O grupo radical islâmico Boko Haram – cujo nome em língua haussa significa “a educação ocidental é um pecado” – tem frequentemente por alvo escolas, desde que começou a sua luta armada, em 2009, na qual já fez muitas vítimas mortais.
Havia soldados na cidade, para tentar garantir a segurança das adolescentes, pois num outro ataque já este ano no estado de Borno, militantes do Boko Haram cercaram uma escola feminina, obrigando toda a gente a sair e a regressar às suas casas. Mas os soldados que estava em Chibok não chegaram para os guerrilheiros do Boko Haram: “Dominaram-nos e levaram as raparigas”, disse um habitante à AFP.
É o segundo ataque de alto impacto do grupo Boko Haram esta semana: na segunda-feira, um atentado à bomba numa estação de autocarros nos arredores de Abuja, a capital, em plena hora de ponta, matou 71 pessoas.
Foi o maior atentado na capital, e fez questionar a capacidade do Governo para proteger Abuja, em especial quando a capital está prestes a receber uma iniciativa que é definida como a Davos africana e a Nigéria gostaria de mostrar o seu recém-adquirido estatuto de maior economia do continente africano: chefes de Estado e empresários africanos reúnem-se em Abuja entre 7 e 9 de Maio para um Fórum Mundial baseado no modelo suíço.