Valerá a pena, Vladimir ?!

Putin sabe que a retirada, a existir, terá de ser estrategicamente pensada, caso contrário enfraquecerá demasiado a Rússia no plano geopolítico . Sabe-se também que Putin raramente entra em braços-de-ferro para perder

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Alexei Nikolskiy/RIA/Reuters

No xadrez do con?ito Ucrânia-Rússia, parece claro que o grande pilar para a não efectivação deste con?ito no terreno, é a economia. Perante o bom-senso dizem uns, o medo dizem outros, ou a falta de legitimidade política interna, a Ucrânia mantém-se, apesar da ocupação do seu próprio território, esperançosa na resolução diplomática do problema. Mas a diplomacia é, habitualmente, lenta.

No entanto, numa análise alargada, o que estará realmente em jogo é a medição da força dominante no plano geopolítico internacional. A Rússia de Putin faz uma jogada arriscada, uma jogada “de fundo”, ocupando a Crimeia, a que Obama timidamente tem vindo a responder nas suas declarações. A?nal, os Estados Unidos terão de aproveitar esta oportunidade para se a?rmarem, sem margem para dúvidas, como força dominante mundial.

Sob olhar atento da China e dos baralhados líderes europeus que só agora, no âmbito das sanções políticas, começaram a ganhar forma na oposição à acção russa. Aliás, diga-se desde já, que a perda dos profícuos diálogos que vinham sendo mantidos com os russos, prejudicam gravemente as populações, têm manifestas consequências na vida das pessoas, particularmente dos próprios russos. Mas esta é a altura para a Europa mostrar união, sejam quais forem os custos económicos, e defender os tratados internacionais, assumindo a cooperação com os Estados Unidos nesta matéria.

As apostas vão-se virando contra a Rússia, mas Vladimir Putin sabe que a retirada, a existir, terá de ser estrategicamente pensada, caso contrário enfraquecerá demasiado a Rússia no plano geopolítico (posição já essa, vista como terceira nas forças mundiais). Sabe-se também que Putin raramente entra em braços-de-ferro para perder. Assim, a salvação curiosamente será ou acontecerá se a Ucrânia se reorganizar e resolver, por forma a “desculpar” a posição de força da Rússia e a sua saída da Crimeia, liquidando todas as justi?cações russas para ocupação.

No meio disto, há quem diga que é o regresso da atitude imperialista das grandes potências, não só pela ocupação russa, mas também, e por exemplo, das demonstrações de força chinesas no mar do sul da China. Paralelamente, o ressurgimento dos movimentos nacionalistas, mundo fora, levam-nos a períodos históricos pouco memoráveis. Uma coisa é certa: a versão “simpatia” de Vladimir Putin ?cou em pausa.

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