Manifestação pela liberdade de imprensa junta centenas em Hong Kong

Protesto dias depois de director de jornal ter sido esfaqueado.

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"Eles não nso podem matar a todos", dizem os manifestantes em Hong Kong Philippe Lopez/AFP

Muitos manifestantes diziam-se preocupados com uma crescente influência de Pequim sobre os media.

Kevin Lau Chun-to, que foi até há pouco tempo director do jornal Ming Pao, foi atacado na quarta-feira, esfaqueado nas costas e pernas várias vezes por um homem com capacete, que fugiu, depois, de motorizada com um cúmplice. Não houve detenções de suspeitos do ataque que deixou a vítima hospitalizada.

O caso ficou símbolo das pressões sobre os media locais. “They can’t kill us all”, assim mesmo em inglês, era o slogan da manifestação pacífica.

As manifestações foram lideradas por jornalistas, mas incluíram estudantes, activistas políticos e até condutores de táxi, segundo o diário norte-americano The New York Times. Muitos, aponta o jornal, não têm grande recordação de quando o território voltou ao controlo chinês, em 1997, depois de mais de um século como colónia britânica.

Os habitantes de Hong Kong têm direitos cívicos que não existem no resto da China, como liberdade de imprensa, de reunião, e religião. Mas muitos jornalistas dizem que estas protecções estão a diminuir vítimas da maior influência de Pequim na região.

O protesto pela liberdade de imprensa foi ainda visto como uma antevisão do que poderão ser manifestações mais alargadas contra o Governo chinês. Todos os anos, milhares juntam-se para assinalar a repressão em Tiananmen, em Pequim, em 1989. Este ano é o 25º aniversário, e espera-se que a afluência seja especialmente grande. 

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