Governo vai investir sete milhões de euros na Caparica para repor areia até ao Verão

Alimentação artificial do areal já estava prevista no Plano de Acção para o Litoral.

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Paredão tem vindo a recuar ao longo dos anos Pedro Cunha/Arquivo

"No caso da alimentação artificial das praias da Costa da Caparica e de São João, com um milhão de metros cúbicos de areia, trata-se de um investimento de sete milhões de euros, que terá de ser concretizado a tempo do Verão", afirmou o governante durante uma visita ao local, acompanhado pelo presidente da Câmara de Almada, Miguel Judas.

Jorge Moreira da Silva reconheceu tratar-se de um "investimento fundamental para a protecção de pessoas e bens, para a valorização da actividade turística e para a criação de emprego".

A alimentação artificial da praia de S. João da Caparica – onde o cordão dunar recuou 20 metros desde o início do ano – é uma das 303 medidas previstas no Plano de Acção de Protecção e Valorização do Litoral para 2012-2015, cujo valor global de investimento ronda os 300 milhões de euros. Só para esta acção estão previstos 12,3 milhões de euros, dos quais já foram gastos 7,6 milhões de euros. O restante será investido agora.

Na terça-feira, o ministro do Ambiente defendeu que é necessário reavaliar estratégias para uma intervenção mais eficaz na defesa de pessoas e bens nos pontos mais vulneráveis da costa portuguesa, mas admitiu que neste momento já não era possível esperar mais tempo para se proceder à alimentação artificial das praias.

"A Costa da Caparica é um caso evidente da necessidade de avaliar aquilo que deve ser feito à luz de novos riscos, mas não podemos deixar de fazer a alimentação das praias para reavaliarmos a estratégia, temos de fazer as duas coisas ao mesmo tempo", disse.

As declarações do ministro seguiram-se à proposta feita pela Associação dos Apoios de Praia da Frente Urbana da Costa da Caparica, de redução do número de nadadores-salvadores de 12 para dois na próxima época balnear. Os concessionários estiveram reunidos na terça-feira de manhã com o capitão do Porto de Lisboa, a quem apresentaram uma espécie de ultimato: se não houver reposição de areias nas praias da zona norte da Costa da Caparica antes da época balnear, haverá menos nadadores-salvadores, de forma a reduzir os gastos dos concessionários.

Na visita que fez à Caparica, Jorge Moreira da Silva assegurou também que não vão faltar meios financeiros para se avançar rapidamente com outras intervenções necessárias para minimizar os prejuízos provocados pelo avanço do mar. "Estamos obrigados - e a última intempérie reforça essa necessidade - a encontrar mecanismos, no âmbito da Costa Polis [programa de regeneração urbana e valorização ambiental] e dos recursos que ainda tem, para acorrermos aos estragos que ocorreram no paredão, nos apoios de praia, no parque de estacionamento", disse.