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O Canadá deixou cair a folha

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Nunca se ouve ninguém dizer, com olhos de cama, que "as canadianas é que são boas!". Desde a época em que o vislumbre de um tornozelo nu quase garantia o êxtase até aos actuais exageros mediáticos que mal deixam espaço à imaginação, a evolução foi tanta que até os fins solidários mais castos beneficiam agora com a receita dos calendários mais provocadores. Se a abundância da oferta deturpa critérios, impõe-se chamar os distraídos à razão e notar que, em 2013, a selecção feminina do Canadá fez por acompanhar os tempos: escolheu como melhor causa a sua e, procurando reunir fundos para o Circuito Mundial de sevens, soltou o cabelo das fitas, tirou os chumaços dos ombros, cuspiu protecções de dentes, descalçou chuteiras e, aproveitando o impulso, arrancou o resto da roupa também. Que elas jogavam a sério já se sabia. Faltava conhecer-lhes este ímpeto empreendedor, de quem faz pela vida sem falsos puritanismos. E isso tem ainda uma leitura sociológica, porque, nas páginas do calendário ou nas fotos quotidianas do ginásio, o que essas mulheres desvendam é um erótico novo. Encarando de frente as objectivas, protagonizam um “teaser” de corpos reais, sem patines de Photoshop. Ali a carne existe, a pele tem poros, as medidas são as que o corpo pede. Ali há músculo, há força, há peso. O que ressalta das imagens é uma convicção inabalável e a suavidade que só se retira dos espíritos que são totalmente seguros de si. "Ganhámos recentemente uma medalha de prata no Mundial de Moscovo e estamos a lutar pelo ouro nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016. Somos representantes orgulhosas de todo o Canadá e juntámo-nos por um objectivo – a dominação mundial". Há coisa mais sexy que isso? Alexandra Couto