População de Mora continua a diminuir
Subsídios de incentivo à natalidade devem ser associados a outras medidas como apoio à habitação, defendem autarcas.
Desde 2004, a câmara de Mora já atribuiu subsídios no valor de 160.500 euros pelo nascimento de 213 bebés: 130 primeiros filhos; 58 segundos; 18 terceiros; cinco casos de quartos filhos e dois de quintos.
Porém, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, a população desceu de 5493, em 2004, para 4790, em 2012. A taxa de natalidade — número de crianças que nascem anualmente por cada mil habitantes —, aumentou entre 2004 (5,8‰) e 2007 (6,8‰), depois desceu novamente, mas voltou a recuperar: 4,6‰ em 2008; 5,4‰ em 2009; 5,9‰ em 2010; 4,7‰ em 2011 e 5,6‰ em 2012.
Luís Simão salienta, porém, que a taxa mortalidade continua a ser superior e que há fuga de pessoas para os grandes centros urbanos. Para o autarca, mais do que os subsídios de incentivo à natalidade, o que realmente poderia contribuir para o aumento da natalidade e da população passaria pela criação de trabalho, pelo desenvolvimento da indústria e do turismo, e por políticas de apoio à habitação — nas quais a autarquia também aposta. “Praticamente toda os concelhos do interior têm vindo a perder população”, nota, defendendo que as medidas de discriminação positiva para combater a desertificação deviam ser prioritárias para o poder central.
Apesar de acreditar que estes subsídios ajudam “ao aumento da natalidade”, também o presidente da Câmara Municipal de Cinfães, Armando Mourisco, diz que estes incentivos devem ser associados a outras medidas: “Avancei com este subsídio como forma de incentivo à natalidade e fixação da população jovem, associado a outros benefícios sociais como a redução de 3% no IRS, transportes escolares gratuitos até ao 12.º ano, manuais escolares gratuitos no 1.º Ciclo, Programa Municipal de Estágios e Programa de Apoio ao Arrendamento.”