Mau tempo afecta cobertura de pavilhão e obriga a evacuar escola no Porto
Bombeiros da cidade já receberam mais de 30 pedidos de ajuda devido à chuva e vento forte.
Fonte do estabelecimento de ensino disse à Lusa que ninguém se magoou e que a decisão de mandar os alunos para casa foi uma medida de precaução. "Nós estamos cá e vamos continuar, temos reuniões marcadas e vamos realizá-las", sublinhou a mesma fonte. Ao início da tarde, fora da escola, alguns alunos do oitavo ano dividiam-se entre a satisfação por não ter aulas e as queixas pelas más condições deste equipamento de ensino situado na rua Augusto Lessa, em frente ao antigo estádio do Salgueiros.
A escola constituída por pavilhões modulares e tectos em fibrocimento, é do início da década de oitenta e estes, segundo vários estudantes, têm vários problemas. "No pavilhão de Educação Física chove lá dentro", queixava-se Joana Peixoto, de 13 anos. Ao lado, Victor Oliveira chamava a atenção para o facto de os tectos que foram afectados pelo vento terem sido substituídos no ano passado. "Estes eram novos, de metal", descreveu o aluno, abrigado da chuva à porta de um café no outro lado da rua. À frente, a uns 200 metros de distância, dois homens andavam por cima da cobertura afectada, aparentemente tentando avaliar a dimensão dos estragos.
No momento em que tudo aconteceu, Victor e outros estudantes estavam a assistir a uma palestra sobre violência no namoro, no âmbito do Dia dos Namorados. Eles e outros alunos espalhados pelas várias salas de aula foram deslocados para o pavilhão polivalente. Ali, segundo explicaram ao PÚBLICO, foi-lhes pedido que telefonassem aos pais, para que os viessem buscar. A situação, descreveu Beatriz Silva, de 13 anos, provocou ansiedade e algum pânico entre alguns adolescentes.
A direcção da escola ter-lhes-á garantido que segunda-feira as aulas serão retomadas, uma informação confirmada ao PÚBLICO pelos serviços do estabelecimento. Já a direcção do agrupamento mantinha-se em reunião, a meio da tarde, não prestando, por isso, mais esclarecimentos.
Vendaval deu trabalho aos bombeiros
O levantamento da cobertura desta escola coincidiu com um vendaval que, pouco das 11h fez alguns estragos em vários pontos da cidade. Os bombeiros foram vistos na rua a retirar telhas e chapas soltas de algumas casas. Contactada pela Lusa, fonte dos Sapadores do Porto disse que o número de pedidos de ajuda devido ao mau tempo já ultrapassava ao início da tarde as três dezenas. "Noventa por cento dos pedidos tem a ver com chapas que se soltam com o vento. Há ainda algumas inundações e quedas de árvores", acrescentou.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e a Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) previam para esta sexta-feira um agravamento das condições meteorológicas, particularmente no litoral Norte e Centro. Segundo o mais recente balanço feito pela ANPC, às 9h estavam cortadas mais de 80 estradas e caminhos devido a inundações, queda de neve e desmoronamento de terras.
Só no distrito de Santarém - onde a população de Reguengo do Alviela continua isolada - estavam cortadas 38 estradas, em Coimbra havia 16 estradas cortadas por causa de inundações e desmoronamentos. Em Castelo Branco, havia três estradas cortadas devido a inundação, neve e desabamento de terras e na Guarda oito, por causa da neve. De acordo com a ANPC, 15 estradas estavam cortadas no distrito de Leiria devido a inundação e deslizamento de terras. Estavam também cortadas quatro estradas no concelho de Águeda, distrito de Aveiro, e uma em Lisboa (Alqueidão, Azambuja) devido a inundação. No distrito de Viseu, estava cortada uma estrada em São Pedro do Sul, devido à queda de inertes.
Nos Açores, que estão sob aviso amarelo desde as 10h devido à agitação marítima, foram cancelados dois voos entre a Terceira e as Flores, afectando 60 passageiros, segundo disse à Lusa fonte da SATA Air Açores. A mesma fonte adiantou que "foram cancelados os voos Terceira/Flores e Flores/Terceira", mas devido a "razões meteorológicas há também outras ligações inter-ilhas atrasadas" e cuja realização depende das condições climatéricas.
Ainda assim, as previsões apontam para "agitação marítima forte (seis a sete metros) para todos os grupos até as 18h de hoje" e "condições favoráveis para a ocorrência de trovoadas e precipitação sob a forma de granizo e/ou saraiva, um pouco por todo o arquipélago" durante esta sexta-feira.
Para o fim-de-semana prevêem-se períodos de céu muito nublado, aguaceiros, que poderão ser fortes, de granizo e acompanhados de trovoada, queda de neve, vento fraco a moderado e descida da temperatura, em especial da mínima.