Apertem os cintos, vem aí o Super Rugby
Começa neste sábado a edição de 2014 da principal competição de clubes do Hemisfério Sul
Cinco países, 15 equipas, algumas das principais estrelas mundiais e mais de meio ano de râguebi ao mais alto nível: começa neste sábado o Super Rugby, a principal competição de clubes do Hemisfério Sul.
Australianos, neozelandeses ou sul-africanos? Aceitam-se apostas para a edição de 2014 do Super Rugby. Em teoria, o título deste ano deverá permanecer na Oceânia, mas numa prova onde a intensidade e a competitividade são constantes, tudo é possível.
No historial do campeonato, o domínio da Nova Zelândia tem sido a regra. Nas 18 edições da prova, o título ficou 12 vezes em mãos neozelandesas e, no duelo entre equipas do país dos All Blacks, os Crusaders vencem por maioria absoluta: o clube de Richie McCaw já foi campeão sete vezes.
No entanto, a equipa de Christchurch já leva cinco anos sem conseguir chegar à final e este ano não contará com Dan Carter. Para o lugar do carismático “10” All Black, em período sabático de preparação para o Mundial 2015, chegou Colin Slade que, no entanto, não está ao nível de Carter. Owen Franks, Sam Whitelock, Kieran Read, Ryan Crotty e Israel Dagg são, porém, garantia de muita qualidade.
Campeões nos dois últimos anos, os Chiefs partem com legítimas ambições em conseguir o “tri”, algo apenas alcançado pelos Crusaders, entre 1998 e 2000. A formação de Hamilton tem no plantel três estrelas All Black em ascensão: Aaron Cruden, Gareth Anscombe e Kerr Barlow. A estes juntam-se Sam Cane, Brodie Retallick, Liam Messam, Bundee Aki ou Mils Muliaina, entre outros.
Numa segunda linha, é preciso prestar atenção aos Blues que, apesar de terem perdido Ali Williams e Rene Ranger – estão ambos a jogar no Top 14 -, são das equipas mais espectaculares e têm Tony Woodcock, Luke Braid, Jerome Kaino, Steve Luatua, Piri Weepu, Frank Halai e Charles Piutau.
Para além dos Chiefs e dos inevitáveis Crusaders, as duas equipas mais fortes da Nova Zelândia que partem na “pole position”, é preciso ter em conta dois clubes australianos: Brumbies e Reds. Finalistas na última época, os Brumbies foram, no ano passado, a equipa mais regular e sólida e mantém, quase na totalidade, o plantel de 2013. Com uma primeira-linha poderosa, onde se destacam Ben Alexander e Stephen Moore, os Brumbies são uma formação homogénea, quase sem lacunas, mas a saída do treinador Jake White pode fazer tremer os alicerces em Camberra.
Já os Queensland Reds, que foram campeões em 2011, continuam a ter na dupla Will Genia/Quade Cooper o seu grande trunfo. A equipa, no entanto, mostrou pouca consistência em 2013. Sem entradas relevantes para o plantel, os Reds têm uma mão cheia de estrelas australianas ao seu dispor: James Slipper, James Horwill e Liam Gill são apenas alguns exemplos.
Ainda na terra dos Wallabies, apesar de não terem o estatuto dos Reds e dos Brumbies, os Waratahs podem provocar alguns dissabores aos favoritos. O regresso a “casa” de Kurtley Beale tanto pode ser uma grande contratação como um fiasco, mas nas linhas-atrasadas há talento q.b.: Bernard Foley, Ashley-Cooper, Rob Horne, Peter Betham e, claro, Israel Folau.
Entre os sul-africanos, os Cheetahs e os Sharks são, em teoria, as equipas mais fortes. Com um “pack” avançado poderoso, os Cheetahs foram uma das revelações de 2013 e reforçaram-se com promessas sul-africanas, enquanto os Sharks são uma mini-réplica dos Springboks e têm uma primeira-linha de luxo: Jannie e Bismark Du Plessis e “The Beast” (Mtawira).
Os Bulls, que em 2013 chegaram à meia-final, perderam nomes importantes, como Potgieter, Vermaak ou Morné Steyn e terão dificuldades em repetir o feito do ano passado.