Com 8m16,60s pode bem dizer-se que a Dibaba mais jovem esmagou o anterior máximo, estabelecido há sete anos pela sua compatriota Meseret Defar com 8m23,72s. A queniana Hellen Obiri, apesar de ter sido segunda com um recorde nacional de 8m29,99s, quedou-se a mais de 13 segundos da etíope.

A prova foi lançada em bases recorde desde o início, mas já ao primeiro quilómetro, passado em 2m48,7s, Dibaba ficou sem ajuda de lebres. No entanto, continuou a aumentar a vantagem sobre o anterior máximo sozinha na frente e, aos 2000m, atravessados em 5m34m,2s, um novo recorde era já quase uma certeza, depois confirmada.

Aos 23 anos praticamente, que completa neste sábado, Genzebe Dibaba chega aos seus primeiros recordes mundiais, depois de no passado já se ter sagrado por duas vezes campeã mundial júnior no crosse e campeã mundial de pista coberta nos 1500m há dois anos, em Istanbul.

Esta nova marca dos 3000m só foi superada ao ar livre pelas famosas performances chinesas no ano de 1993 e nos famigerados Jogos de então, um dos maiores mistérios do mundo do atletismo. Aí, a 13 de Setembro em Pequim, Wang Junxia obteve 8m06,11s, que continua a ser a marca de topo de sempre, Qu Yunxia obteve 8m12,18s e Zhang Linli 8m16,50s. Estas são apenas as três marcas que superam o novo máximo da africana, e a melhor marca fora da China era, até anteontem, autoria da romena Gabriela Szabo, com 8m21m,42 s no ano de 2002.

Nos 1500m do fim de semana, o fenómeno foi em tudo semelhante. As chinesas bateram entre esses Jogos Nacionais de 1993 e o mês de Outubro imediato o recorde da soviética Tatyana Kazankina (3m52,47s), com Qu Yunxia a ser a melhor (3m50,46s) no dia 11 de Setembro, e depois mais outras três a virem abaixo da marca da soviética.

Fora da China e de Kazankina, a outra melhor marca de sempre pertence à romena Paula Ivan, desde os Jogos Olímpicos de Seul de 1988, com 3m53,96s. Desde aí para cá, ninguém foi tão rápida como agora Genzebe Dibaba.