Pablo Picasso no atelier

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MARTIN BUREAU/ AFP

Em 1955, quando Pablo Picasso era já a principal referência da pintura do século XX, o cineasta francês Henri-Georges Cluzot realizou um documentário sobre o artista em acção. O filme chama-se Le Mystère Picasso e, nele, o pintor nascido em Málaga é captado em pleno gesto de criação perante a tela no espaço de um atelier — que, na verdade, não era o seu atelier, mas um estúdio de cinema alugado em Nice, perto de onde ambos então viviam.

O atelier de Picasso (1881-1973), entendido como espaço de criação e laboratório de experimentação, vai ser o mote da exposição que a Fundação Mapfre inaugura já na próxima semana, dia 12, na sua galeria em Madrid, e que promete ser o grande acontecimento da programação da instituição para 2014. Picasso. En el taller é mesmo o título da exposição, que vai mostrar 180 obras reunidas principalmente a partir de colecções privadas de todo o mundo: França e Suíça, Estados Unidos e Japão, Israel e mesmo, possivelmente, também do Irão…

A pouco mais de uma semana da inauguração, o site da Mapfre não disponibilizava ainda informação sobre Picasso. En el taller. Mas o essencial fora apresentado à comunicação social espanhola no final de Janeiro: a exposição vai ser comissariada por Maite Ocaña, ex-directora do Museu Picasso de Barcelona e do Museu Nacional de Arte Contemporânea da mesma cidade e uma das maiores especialistas na obra do autor de Guernica; e vai dar a ver um conjunto de obras pouco vistas — por exemplo, um auto-retrato do pintor —, ou mesmo nunca exibidas em público.

Grande parte dos empréstimos para a exposição provém, de resto, dos herdeiros de Picasso: os seus filhos Claude, Paloma e Marina, além de Catherine Hutin, filha da última mulher do pintor, Jacqueline Roque. Não há informação de que o filme de Georges Henri-Cluzot vá integrar a exposição, mas, pela primeira vez, serão mostradas as paletas do pintor. Até 11 de Maio.

Na mesma conferência de imprensa, a Mapfre divulgou o seu plano de actividades para este ano, no qual avultam, com inauguração no mesmo dia da de Picasso, a mostra com 70 desenhos do mestre italiano do Renascimento Jacopo Portormo (1494-c.1556) e, em Junho, a obra de Henri Cartier-Bresson (1908-2004) em 300 peças vindas do Centro Pompidou, em Paris, e que documentam tanto a sua dimensão de fotógrafo correspondente de guerra como de artista da geração dos surrealistas.

Depois do Verão, em Setembro, será a vez de Sorolla e a América, reunião de uma centena de obras pouco conhecidas no seu país do espanhol Joaquín Sorolla (1863-1923). 

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