Algarve exige solução a “curto prazo” para os problemas da saúde
Autarcas solicitam audiência com carácter de “urgência” ao ministro da Saúde. Em causa está a reorganização do Centro Hospitalar do Algarve.
A Comunidade Intermunicipal do Algarve - Amal decidiu, por unanimidade, “expressar a sua apreensão” ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, pela forma como foram reorganizados os serviços dos Hospitais de Faro e do Barlavento (Portimão). “É a hora de uma vez por todas o Governo olhar pela saúde no Algarve com o propósito de resolver os muitos problemas existentes”, dizem os 16 presidentes de câmara, num comunidado emitido esta segunda-feira, após reunião do Conselho Intermunicipal da Amal.
O presidente da Amal, Jorge Botelho (PS), que é também presidente da Câmara de Tavira, chamou a atenção para a “pertinência” da recente tomada de posição de 183 médicos, num universo de 220 especialistas dos hospitais de Faro, Portimão e Lagos, insurgindo-se contra a reorganização dos serviços do Centro Hospitalar do Algarve (CHA).
A reestruturação levada a cabo pelo conselho de administração, presidido pelo ex-bastonário da Ordem dos Médicos Pedro Nunes, sublinham os autarcas, “veio criar um manifesto conflito entre profissionais e administração, com prejuízo para os utentes e para a qualidade dos serviços”. Nesse sentido, a Amal decidiu solicitar uma reunião com “carácter de urgência” ao ministro da Saúde – esta decisão já tinha sido tomada há cerca de um mês, mas o pedido não chegou a ser formalizado.
Os autarcas exigem que a “curto prazo se verifique a melhoria dos cuidados de saúde na região”, salientando que cabe ao Governo “resolver com urgência a suborçamentação do CHA e permitir à administração o imediato reforço do quadro técnico de médicos e de enfermagem”. A presidente da câmara de Silves, Rosa Palma (CDU), à margem da reunião, declarou aos jornalistas. “Sou utente do Hospital do Barlavento (Portimão), conheço de perto a situação que está ter consequências graves para a população”. A autarca diz esperar que a posição critica, formulada em bloco pelos municípios, tenha eco junto do ministro da saúde, Paulo Macedo.
“Quero acreditar que, com esta advertência que foi unânime, nos escutem, e que façam alguma coisa para mudar isto”, afirmou a autarca comunista. Para o próximo dia 25 está agendada um concentração de protesto, à porta do hospital do Barlavento, com o envolvimento directo do município de Silves.