Estava-se a ver que ia dar mau resultado, A Espuma dos Dias (o livro de Vian) é daquelas coisas infilmáveis a não ser que se esqueça o livro e hoje ninguém filma livros (os direitos são caros) para se esquecer deles. Gondry não se esquece, em todo o caso, fascinado pela maneira como a extravagância surreal de Boris Vian se “coaduna” com o seu universo de cineasta da fantasia e do onirismo cândido (mas ainda não fez melhor do que Eternal Sunshine of the Spotless Mind). Espuma dos Dias, na sua acumulação desenfreada, sai bastante indigesta, e não se perdoa que Gondry traga Vian para a vizinhança de Amélie Poulain (coisa que ele pretendia, ou não teria escolhido Audrey Tautou). Não se perdoa, até porque qualquer que traga a triste Amélie à memória é algo a evitar com todo o cuidado.
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