Coloquemos desde já de lado a evidência: Wong Kar-wai filma como ninguém e há momentos em O Grande Mestre que provam estar aqui um dos mais requintados e sublimes estilistas visuais do cinema contemporâneo. O problema é que, por esta altura, é impossível afastar a ideia que esse requinte se tornou numa “fórmula resolvente”, num decorativismo imponente que enche o olho enquanto esconde uma dramática falta de ideias originais. Sob a capa de uma biografia romanceada do mestre de artes marciais Ip Man, O Grande Mestre é na verdade mais uma história de amores impossíveis, sublimados através da linguagem codificada do kung fu; o que não seria um problema se não sentíssemos que Wong está a fazer o mesmo filme, com ínfimas variações, desde Disponível para Amar. É verdade que este ano não teremos visto outra obra tão visualmente notável - mas, de Wong Kar-wai, espera-se sempre um pouco mais do que “apenas” isso.
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