Amazon vai usar drones para entregar encomendas em apenas meia hora

Gigante do comércio online está a preparar novo sistema de entregas com recurso a veículos aéreos não-tripulados.

A versão moderna do pombo correio Amazon

O Amazon Prime Air tem um alcance de 16 quilómetros de distância a partir dos centros de distribuição que a empresa detém nos Estados Unidos. O drones, chamados “octocopters”, voam directamente até à casa do cliente. “São efectivamente drones mas não há qualquer razão para que não sejam usados como veículos de distribuição”, disse, durante a entrevista à CBS. “Parece ficção científica, mas não é”, afirmou, sublinhando que “ainda é cedo” para avançar com o projecto no terreno.

Os “octocopters”, com motor eléctrico, conseguem transportar objectos com peso até dois quilos, o que representa cerca de 86% das encomendas entregues actualmente pela Amazon. Estes drones deslocam-se através de coordenadas GPS e não são telecomandados. “O maior desafio é conseguir colocar [nos veículos] toda a segurança e sistemas que precisamos para dizer: ‘Isto não pode aterrar na cabeça de alguém que está a passear na rua’”, disse Jeff Bezos.

Não é um projecto imediato e não estará disponível antes de 2015, até porque a Amazon precisa de autorização da FAA, a Administração Federal de Aviação, entidade responsável pelos regulamentos da aviação civil nos Estados Unidos. “Se pode ser daqui a quatro ou cinco anos? Penso que sim. Vai funcionar e vai acontecer. E vai ser muito divertido”, garante Bezos.

A ideia de utilizar drones para fins não-militares não é nova. Em Junho, um franchisado da Domino’s no Reino Unido divulgou um vídeo onde se vê o DomiCopter a entregar uma pizza. Contudo, não passa de um conceito a estudar. A tecnologia está também a ser testada no Peru, na agricultura e na arqueologia. Pode ajudar a avaliar o crescimento das culturas ou fazer uma análise cartográfica em poucos minutos.

A Amazon tem a visão de vender tudo a todos e já começou a fazer entregas de produtos frescos e de mercearia em duas cidades dos EUA (Seattle e Los Angeles). Com 225 milhões de clientes em todo o mundo, faz chegar as encomendas através de 96 centros de distribuição a nível global. O primeiro livro encomendado online foi enviado em 1995.

A notícia sobre este novo meio de transporte surge uma semana depois de ter sido divulgada uma investigação da BBC sobre as condições laborais num dos centros da Amazon no Reino Unido. Um jornalista que conseguiu emprego na empresa e filmou secretamente as instalações relatou que, por noite, caminhava quase 18 quilómetros e estava sujeito a um apertado controlo de produtividade. Michael Marmot, médico especialista em saúde do trabalho e uma referência na área, disse à BBC que estas condições poderão causar doenças mentais e físicas aos trabalhadores.

 
 
 

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