Frelimo à frente mas não na Beira nem em Quelimane

Resultados das eleições autárquicas em Moçambique são ainda escassos. Em Maputo, candidato da oposição teve boas votações em algumas assembleias

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Nelson Garrido

Está já confirmada a vitória da Frelimo pelo menos no município de Gondola, província de Manica.

Na Beira, segunda cidade do país, província de Sofala, quando estavam contados 75% dos votos, o presidente cessante, Daviz Simango, que é também o líder nacional do MDM (Movimento Democrático de Moçambique, oposição), tinha mais do dobro dos votos do seu opositor da Frelimo, Jaime Neto: 49.678 contra 21.143, segundo dados da televisão pública moçambicana.

Em Quelimane, província da Zambézia, com menos votos contados, apenas 15%, Manuel de Araújo, do MDM, que também procura a reeleição, tinha quase o dobro dos votos obtidos pelo candidato da Frelimo, Abel Henriques: 5756 contra 2479. A agência noticiosa AIM confirma que Araújo está em vantagem. Já depois de as urnas terem encerrado na cidade, agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR), um corpo especial de polícia, dispersaram pessoas concentradas e terão causado feridos.

Em Maputo, a contagem está ainda atrasada – dados oficiais divulgados pela estação televisiva, respeitantes a 52% dos votos expressos, atribuíam vantagem ao candidato da Frelimo e presidente em exercício, David Simango, mas a disputa mantinha-se em aberto: 36.193 votos contra 32.039 do candidato do MDM, Venâncio Mondlale, que terá vencido em algumas assembleias.

Na cidade de Nampula, tal como foi anunciado na noite de quarta-feira, a Comissão Nacional de Eleições anulou as eleições porque os boletins de voto não incluíam nem o nome nem a fotografia de Filomena Muturopa, do Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO), uma das quatro concorrentes.

O acto eleitoral, que em Maputo decorreu sem sobressaltos, teve, segundo a Comissão Nacional de Eleições, “pequenos incidentes” no país. O jornal semanário Canal Moçambique, denunciou, na sua página na rede social Facebook, abusos das forças militares e policiais: “Detenções de membros e fiscais da oposição, assassinatos de cidadãos é o que se regista no terreno”, escreveu.

No final do dia de quarta-feira foram noticiados dois ataques a automóveis numa mesma área, entre o rio Save e Muxúnguè, na zona província de Sofala, Centro do pais, que não causaram vítimas. Os ataques foram atribuídos na imprensa a homens armados, supostamente pertencentes à Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), que boicotou as eleições.

Até meio do dia não eram conhecidas reacções dos partidos políticos ao modo como decorreram as autárquicas nem aos poucos resultados conhecidos.

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