Empresas portuguesas prudentes com situação em Moçambique

Instabilidade na zona preocupa investidores.

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Entre 1990 e 2010, Moçambique perdeu 0,50% da sua cobertura vegetal por ano GIANLUIGI GUERCIA/AFP

Há dois anos que a Mistolin, empresa de Vagos que produz detergentes, tem uma presença directa em Moçambique, onde emprega 11 pessoas. Paulo Mendes, director-geral, está a acompanhar o desenrolar dos acontecimentos com prudência. A empresa portuguesa exporta 30% dos detergentes (é líder de mercado em Cabo Verde) e investiu numa pequena fábrica de preparação e embalamento, localizada em Matola, capital da província de Maputo, que começou a laborar este ano.

“A segurança das pessoas é prioritária, depois, a das instalações. Mas não alteramos os planos”, disse Paulo Mendes ao PÚBLICO, adiantando que Moçambique pesa cerca de 7% da facturação global do grupo. “Sabemos que nestes países temos de contar com a instabilidade [política]”, acrescentou.

Paulo Varela, CEO da Visabeira, presente no país há 20 anos onde tem projectos em áreas como o turismo - exploram um hotel no Gorongosa -, a construção ou as telecomunicações, diz que a situação preocupa mas que considera que talvez não seja tão grave como é descrita no exterior.  "Não penso que a situação seja de uma natureza tão grave a extensiva como se descreve em Portugal. Tenho mantido contactos com Moçambique e está tudo relativamente tranquilo e a funcionar normalmente", acrescenta.

"É verdade que a situação traz alguma preocupação, mas estou certo de que as autoridades e os moçambicanos saberão encontrar a melhor solução", disse, acrescentando que a empresa está a acompanhar de perto a situação.