Frances Ha

Talvez tocado pelas reacções a Greenberg, que até incluiram críticos de cinema a resmungarem por a personagem principal ser tão desagradável, Noah Baumbach mudou a agulha e construiu Frances Ha inteiramente à volta de uma personagem que é só simpatia. Até simpatia a mais para o bem do filme, que é tão amável que damos por nós a desejar ardentemente que apareça ali, se não o Ben Stiller de Greenberg, pelo menos o Jeff Daniels de A Lula e a Baleia. Questões de amabilidade à parte, Frances Ha é o filme mais leve, mais esvoaçante, que Baumbach já fez, muito divertido como “manual” de sobrevivência, sem dinheiro, na Nova Iorque contemporânea, mas um bocadinho aquém da graça - em todos os sentidos do termo - que prometia ter. Um pouco à imagem do seu momento mais inesperado (a citação do Má Raça, de Leos Carax, com Bowie e tudo): está tudo certo, mas o vento não quis soprar aqui.

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