Consumo privado e actividade económica voltam a terreno positivo

Primeira variação positiva do indicador de actividade económica em cerca de dois anos. Na indústria, serviços e construção, porém, a actividade continua em terreno negativo.

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O indicador do consumo corrente cresceu 0,5% em Agosto face ao mesmo mês do ano passado Miguel Manso

Segundo a Síntese Económica de Conjuntura, este indicador qualitativo estava a registar descidas menos intensas desde Junho de 2012 e passou agora para terreno positivo, de -0,3% para 0,3% (variação percentual de médias móveis de três meses).

O indicador continua, porém, em terreno negativo, tanto nos serviços como na construção e obras públicas, registando-se apenas um abrandamento da contracção da actividade nestas áreas. No caso da construção, onde o indicador de confiança medido pelo INE está em alta, o índice de produção passou de -16,2% para -15,2% em Agosto.

Nos serviços, onde se incluiu o comércio a retalho, o índice que mede o volume de negócios está ainda negativo, tendo registado uma queda menos intensa, mas ainda expressiva (passou de uma variação de -4% para -3,1%).

Já na indústria, onde o índice de produção foi menos expressivo em Agosto, registou-se uma queda do volume de negócios. A descida foi, aliás, a mais forte dos últimos dois meses, interrompendo a trajectória de recuperação dos meses anteriores, ao passar de -1,4% para -2,4%.

No mercado interno, e ao contrário do que aconteceu com a trajectória do volume de negócios que resultam da actividade no mercado externo, a redução foi ainda mais intensa, com uma queda homóloga do índice de 5,1%.

Ao mesmo tempo, o investimento mantém-se em terreno negativo, com uma descida menos intensa em Agosto no investimento em construção e máquinas de equipamento, e apenas um crescimento do índice relativo ao material de transporte.

Os indicadores disponibilizados pelo INE são conhecidos depois de o Núcleo de Estudos de Conjuntura sobre a Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica estimar que a economia portuguesa terá voltado a crescer em cadeia no terceiro trimestre, depois de ter crescido no trimestre anterior 1,1% na comparação homóloga (e recuado 2,2% face ao ano anterior).

Já entre Julho e Setembro, acreditam os economistas do gabinete de estudos, o Produto Interno Bruto (PIB) terá avançado 0,5% face aos três meses anteriores, mas recuado 0,8% face a igual período do ano passado.

Quanto ao consumo privado – embora o indicador qualitativo, que procura medir o comportamento desta componente do PIB, continue em terreno negativo –, registou-se um crescimento no indicador quantitativo, a primeira variação positiva desde Fevereiro de 2011. Enquanto no consumo corrente houve um crescimento homólogo de 0,5%, depois de uma estagnação no mês anterior, no consumo duradouro o crescimento foi mais intenso, de 2,4%.
 
 
 

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