Reparação de navios marroquinos abre caminho à internacionalização dos estaleiros do Arsenal do Alfeite
Secretária de Estado Berta Cabral visitou Alfeite e assinou carta de intenções com a Marinha marroquina.
“A fragata Hassan II é o primeiro navio combatente da Marinha de Marrocos que está no Alfeite, mas já é o segundo navio de Marrocos, uma vez que já tivemos em reparação um navio logístico”, disse a secretária de Estado, congratulando-se com os elogios do chefe de Estado-maior e de outros responsáveis da Marinha Real de Marrocos.
“Privilegiadamente, a empresa pública Arsenal do Alfeite está orientada para a Marinha Portuguesa - e isto é muito importante porque o Alfeite é quase parte integrante da nossa Marinha -, mas tem também todas as condições para potenciar a capacidade instalada para prestar serviço a outras Marinhas e, neste caso concreto, à Marinha de Marrocos”, frisou Berta Cabral.
De acordo com o presidente do conselho de administração da empresa pública Arsenal do Alfeite SA., Jorge Camões, a estratégia de internacionalização está a ser orientada para captar o interesse de diversos países de língua oficial portuguesa. “Temos competências que fomos adquirindo em várias áreas - armamento, eletrónica e outras - que queremos internacionalizar e disponibilizar a outras Marinhas, designadamente de África (países africanos de língua oficial portuguesa) e Brasil”, disse.
“Queremos demonstrar que somos capazes. Para nós isto é uma atitude de marketing. A nossa estratégia não passa por facturar muito, mas por facturar bem e prestar um serviço de qualidade”, acrescentou, lembrando que os responsáveis da Marinha Real de Marrocos se mostraram particularmente satisfeitos com a qualidade dos trabalhos realizados nos estaleiros do Arsenal do Alfeite.
Jorge Camões escusou-se a revelar o montante envolvido na reparação da fragata Hassan II, alegando que o orçamento é confidencial, mas admitiu que o montante envolvido é “inferior a um milhão de euros”.