O equívoco de Rui Moreira e da sociedade civil
Rui Moreira afirmou no seu discurso de vitória que os partidos deveriam retirar fortes ilações destas eleições. Está equivocado. A maior ilação deve-a retirar a sociedade civil.
Rui Moreira sabe muito bem que se a sociedade civil “livre e trabalhadora” entrar dentro dos partidos em que normalmente vota, constituirá a maioria dos militantes desses partidos, e os seus votos e ações serão decisivos para renovar dirigentes e candidatos, não havendo “aparelho partidário” capaz de suster a força da maioria dos militantes.
Rui Moreira também sabe muito bem que quando os nossos principais partidos tiverem candidatos de reconhecido valor e reconhecimento vindos da sociedade civil (i.e. que não seja os mesmos políticos profissionais de sempre), seja à liderança do partido ou a altos cargos dirigentes, muitos ganharão e começarão eles próprios a iniciar o que tanto defendem: a mudança e abertura dos partidos.
O equívoco de Rui Moreira e da Sociedade Civil é não perceberem que é a própria sociedade civil ao manter-se fora dos partidos que impossibilita qualquer possibilidade de renovação dos mesmos. A vitória de Rui Moreira no Porto, um bastião de dois dos “mais poderosos aparelhos partidários” (o do PS Porto e do PSD Porto), é a prova que os “aparelhos partidários” valem pouco contra candidatos fortes e com um discurso de mudança.
Para mudar os partidos e a política em Portugal para melhor, é fundamental acabar com este equívoco.
João Nogueira dos Santos e Carlos Macedo e Cunha
Fundadores do Movimento “Adere, Vota e Intervém dentro de um Partido” e militantes do PS e PSD respectivamente