Autárquicas: Populares destroem boletins de voto e urna em freguesia da Covilhã

Membros da mesa abandonaram o espaço por considerarem que “não estavam reunidas as condições de segurança”.

O protesto era para ser pacífico e, na freguesia, falava-se apenas num boicote voluntário. Todavia, ao final da manhã, após a missa, os populares concentraram-se junto à assembleia de voto e, ao saberem que cinco pessoas já tinham votado, não esconderam a indignação.

Os ânimos foram-se exaltando e os populares acabaram por entrar na sala, incitando os delegados da secção de voto a abandonarem o local para que mais ninguém pudesse votar.

Entre as frases de ordem, críticas e insultos, os populares avançaram até à mesa de voto, que viraram. Também pontapearam a urna e pisaram os boletins, que ficaram espalhados pelo chão.

Nessa altura, as pessoas que estavam na mesa abandonaram o espaço por considerarem que “não estavam reunidas as condições de segurança”, explicou à Lusa Carlos Alberto Barata, presidente da mesa.

No local, o ainda presidente da junta do Ourondo, José Agostinho, lamentou o sucedido, garantiu que o povo da localidade “é pacífico” e justificou a atitude com o “sentimento de revolta” que tem crescido pela agregação da freguesia.

“Não temos nada contra Casegas, mas temos contra a agregação, que foi feita sem que ninguém nos tenha ouvido”, reiterou.

A votação ficou suspensa e a GNR foi chamada ao local, mas quando as autoridades chegaram os manifestantes já se tinham retirado. As autoridades abriram inquérito para “apurar responsabilidades e identificar os autores”, disse à Lusa João Sousa, comandante do Destacamento da GNR da Covilhã.  
 

Sugerir correcção
Comentar