Custos do trabalho voltaram a descer entre Abril e Junho
Remunerações caíram e produtividade aumentou no segundo trimestre, estima a OCDE.
O indicador que mede a relação entre o custo médio do trabalho (salários pagos ao trabalhador e contribuições patronais para a Segurança Social) e a produtividade caiu 0,9% no segundo trimestre em relação ao anterior.
Enquanto as remunerações e compensações auferidas desceram 0,6%, o indicador de produtividade laboral aumentou 0,3%, concluindo três trimestres consecutivos de subida em cadeia (de trimestre para trimestre).
No espaço da moeda única, os custos do trabalho caíram pela primeira vez desde o último trimestre do ano passado, ao mesmo tempo em que a produtividade cresceu mais do que os encargos associados a salários e contribuições dos empregadores.
Os custos unitários do trabalho são considerados pela OCDE e outras instituições uma das fontes de mediação daquilo que considera ser a competitividade de um país. Apesar de a evolução ter sido irregular ao longo do ano, em 2012, Portugal teve uma descida acentuada dos custos do trabalho (ao contrário da tendência quer da zona euro, quer do conjunto da União Europeia).
Nos primeiros três meses do ano passado, o indicador registou uma descida pronunciada (de 4,9%), mas voltou a subir nos três meses seguintes e o mesmo movimento irregular aconteceu na segunda parte do ano. Já nos primeiros seis meses de 2013, a curva dos custos de trabalho foi ascendente, recuando em valores idênticos tanto no primeiro trimestre (1%) como no segundo trimestre (0,9%). A Comissão Europeia prevê, no entanto, que voltem a aumentar.
A OCDE assinala que os custos do trabalho “continuam a ajustar-se” em vários países da moeda única, mas com tendências e impactos diferentes no segundo trimestre. Se o indicador voltou a descer em Portugal, no caso de Itália isso aconteceu pela primeira em quase dois anos, enquanto em França o indicador parou de aumentar e não sofreu alterações em Espanha.