Não há biquínis mas raparigas eleitas pelas suas virtudes morais

Na Indonésia, o concurso Miss Mundo é em Bali e em Jacarta elege-se a Miss Mundo Muçulmano.

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Algumas das concorrentes do Miss Mundo Muçulmano, em Jacarta Reuters
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Em Bali, as concorrentes do Miss Mundo não usam biquíni AFP
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Raparigas protestam em Jacarta contra o concurso que decorre em Bali AFP
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Concorrentes do Miss Mundo num templo. Maioria da população de Bali é de religião hindú AFP
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Há um mês que em várias cidades da Indonésia há protestos contra o concurso de beleza AFP
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Concorrentes do Miss Mundo, numa praia de Bali, libertam tartarugas AFP

O concurso chama-se Miss Mundo Muçulmano e é a resposta islâmica ao Miss Mundo. Na próxima quarta-feira, as duas dezenas de concorrentes que participam vão estar completamente vestidas, de forma modesta, em cima do palco. Concorreram cerca de meio milhar de jovens, através da Internet, mas apenas 20 chegaram à final. Além da Indonésia, estarão em palco as concorrentes do Irão, da Malásia, do Brunei, da Nigéria e do Bangladesh, entre outros.

O processo de selecção teve como provas a recitação do Corão e partilha de anedotas de como usar o lenço na cabeça, um requisito obrigatório para participar.

O evento destina-se a "senhoras muçulmanas" que respeitam as tradições religiosas e é promovido por uma organização de mulheres islâmicas, a Fundação Mundo Muçulmano. Os fatos vão reflectir as "cores do mundo muçulmanos" e a beleza não é o único critério, explica Eka Shanty, da organização ao site Asia News. As concorrentes serão avaliadas segundo três "s" – smartness (inteligência), style (estilo) e sholehah (moral).

"Não queremos apenas gritar 'não' ao Miss Mundo. Queremos mostrar às nossas crianças que existem opções. Querem ser iguais às mulheres do Miss Mundo? Ou querem ser como as do Miss Mundo Muçulmano?", justifica Shanty, à AFP.

Entretanto, em Bali – onde a maioria da população é hindú – há polícia armada para assegurar que tudo corre bem com as participantes no Miss Mundo. Estava previsto que a final fosse realizada na capital da Indonésia, no dia 28, mas face às dezenas de protestos e ameaças numa dúzia de cidades do país – alguns dos manifestantes chegaram a empunhar cartazes onde declaravam estarem dispostos a morrer para acabar com o Miss Mundo–, a organização do concurso e o Governo decidiram ficar por Bali, em nome da ordem pública.

Mas não só: para evitar mais polémicas o tradicional desfile em biquíni foi abolido. Os críticos ferozes acusam o concurso de explorar as mulheres, além de insultar a religião islâmica.

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