Quercus satisfeita com transição mais rápida para biocombustíveis de segunda geração
A associação ambientalista refere, no entanto, em comunicado, estar apreensiva em relação à decisão final do Conselho Europeu, que deverá ocorrer antes das eleições europeias de 2014, o que "traz muita incerteza quanto ao futuro deste sector na União Europeia".
Na quarta-feira, os eurodeputados aprovaram regras para acelerar a transição dos biocombustíveis clássicos, como o etanol ou o biodiesel, para os de segunda geração, como os produzidos a partir de algas ou resíduos florestais e urbanos.
As medidas pretendem reduzir as emissões de gases com efeito de estufa resultantes da crescente utilização de terrenos agrícolas para a produção de biocombustíveis.
O Parlamento Europeu defende que a quota de energia proveniente de biocombustíveis "clássicos" ou de primeira geração, produzidos a partir de cereais e outras culturas, como as açucareiras ou as oleaginosas, não deve ser superior a seis por cento do consumo final de energia nos transportes em 2020, meta que era de dez por cento.
"As organizações não governamentais, como a Quercus, consideram importante a meta de seis por cento para reduzir a procura de biocombustíveis na Europa à custa da desflorestação e uso dos solos agrícolas, sobretudo em países em desenvolvimento, e as emissões de gases com efeito de estufa associadas", aponta a associação.
A Quercus explica que a meta de seis por cento se aplica não só a culturas agrícolas que podem entrar em competição com a alimentação humana e animal, como a soja, a colza e a palma, utilizadas para produzir biodiesel, mas também a outras culturas não utilizadas para a alimentação, mas que competem pelo mesmo espaço agrícola.
Os ambientalistas realçam o voto favorável dos eurodeputados sobre uma quota de energia para os biocombustíveis de segunda geração, que devem representar, pelo menos, 2,5 por cento do consumo final de energia no sector dos transportes em 2020, "abrindo assim as portas à inovação neste sector".
"Os eurodeputados votaram contra uma quota para a energia eléctrica renovável no sector dos transportes e contra uma meta pós 2020 para redução de emissões de gases com efeito de estufa para os biocombustíveis, deixando incerto o futuro do sector nas mãos da Comissão Europeia", alerta ainda a associação.