Início dos anos 90. Commodore Amiga ainda vende como pipocas na Europa, nalguns países incrivelmente também há vendas significativas do ZX Spectrum, e a Nintendo apresenta uma pequena consola chamada Game Boy. Ninguém na época sonharia que o então apelidado de “tijolo branco” tivesse um impacto tão grande na indústria.
Na altura quase todos os profissionais da indústria pensavam que a Nintendo estava doida! Uma consola portátil a preto e branco? A concorrência tinha bem melhor! A Game Gear e a Atari Lynx eram a cores e decerto mais poderosas. Ninguém pensava que o Game Boy tivesse algum sucesso.
Tal como muitos na época, inicialmente também pensei que o Game Boy não tinha hipóteses. Mas, verdade seja dita quando vi o Tetris acompanhado do Game Boy, juntamente com tantos nomes familiares no catalogo da consola, esqueci-me de tudo o resto.
Lembro-me desta imagem num hipermercado da época. Era Natal e tanto a Nintendo como a Sega tinham os seus expositores com as respectivas consolas. À volta da Mega Drive algumas dezenas de curiosos a experimentarem o sistema. O mesmo passava-se com o Game Boy. Num canto estava uma Game Gear a correr o Columns, e tinha só um ou dois interessados. Acho que isto resume a recepção destes sistemas em Portugal.
O Game Boy foi o primeiro sistema Nintendo a ter sucesso na Europa e por boas razões. Ao contrário da concorrência a consola comia menos pilhas, o catálogo de jogos era impressionante e tinha um preço extremamente acessível. Quanto as outras… Bem, não só tinham menor autonomia como dificilmente cabiam num bolso das calças (ou caso conseguissem, digamos que dificilmente passariam despercebidos na rua).
Ainda hoje muitos referem-se às consolas portáteis como sendo “Game Boy”. Quem diria que o "tijolo branco" tivesse um impacto tão grande no mercado?
Incrivelmente, o meu Game Boy, passado quase 25 anos ainda funciona! E sim, apesar de ter dezenas de jogos para a consola, adivinhem qual é o cartucho que está sempre inserido na ranhura? Isso mesmo, o intemporal Tetris.
