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Maduro fala em "golpe eléctrico" para justificar apagão na Venezuela

Governo responde a falha eléctrica que paralizou dois terços do país.

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Falha obrigou ao fecho de várias lojas em Caracas AFP/Juan Barreto

O ministro da Energia, Jesse Chacón, pediu desculpas às populações afectadas pelo corte do fornecimento eléctrico e informou que as causas do apagão estão a ser investigadas pelas autoridades.

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sugeriu que grupos extremistas de direita seriam os responsáveis por uma sabotagem da rede eléctrica. O apagão resultou de uma falha numa linha de 756 KV que faz a ligação entre a maior unidade termoeléctrica do país e a região central, que assegura o abastecimento de 70% do país.

“Não tenho nenhuma dúvida de que se tratou de um ensaio geral de um golpe eléctrico”, declarou Maduro, numa intervenção televisiva na terça-feira, horas depois de metade do país ter ficado às escuras. “Foi um acto subversivo impulsionado por sectores da oposição”, especulou. “São grupos loucos da direita apátrida que pretendem calar a voz da Venezuela”, denunciou.

A explicação não convence os críticos do Presidente, que observam que as unidades de geração, transmissão e distribuição de energia já são alvo de vigilância por patrulhas das Forças Armadas: em Abril, Nicolás Maduro assinou um decreto a incluir a rede eléctrica no mapa das instalações vitais para a segurança nacional, abrindo a porta à sua militarização.

A falha afectou partes da capital Caracas e a segunda maior cidade Maracaibo, mas sentiu-se sobretudo em localidades rurais – onde a normalidade ainda não foi totalmente restabelecida. Os apagões eléctricos são frequentes na Venezuela, onde a debilidade da infraestrutura eléctrica resulta de um défice crónico no sistema de transmissão bem como da falta de manutenção.

Em 2010, o Presidente Hugo Chávez tinha declarado um estado de emergência no sector eléctrico e prometido avultados investimentos para adequar a rede às necessidades do país. A oposição e técnicos independentes dizem, porém, que grande parte desse dinheiro se perdeu em corrupção sem que os problemas da rede tenham sido resolvidos.

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