Carlos Tavares deixa cargo de director-geral delegado da Renault

O gestor português, até agora número dois do presidente executivo do grupo, Carlos Ghosn, vai dedicar-se a projectos pessoais.

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Carlos Tavares será o rosto do grupo PSA

De acordo com a Renault, a decisão foi tomada por “comum acordo”, e tem efeitos a partir de hoje. No comunicado enviado, o presidente executivo, Carlos Ghosn, “agradece a Carlos Tavares a sua contribuição para os resultados obtidos pela Renault ao longo da sua carreira na empresa”.

As funções daquele que era, até agora, o número dois do grupo vão ser temporariamente asseguradas pelo próprio Carlos Ghosn. “Uma nova organização, que visará reforçar o desempenho das actividades industriais e comerciais do grupo será comunicada brevemente”, lê-se no comunicado enviado às redacções.

Em Fevereiro, a Renault apresentou as contas de 2012, ano em que se registou uma descida de 15,3% nos lucros, para os 1770 milhões de euros, numa altura de retracção nas vendas a nível europeu.

Carlos Tavares, de 54 anos, tinha substituído Patrick Pélata em Maio de 2011, após a polémica que se instalou à volta do falso episódio de espionagem que envolveu o grupo francês em Janeiro desse ano. Na altura, um responsável da empresa afirmou à AFP que o gestor iria ter como objectivos fazer crescer a Renault, ou seja, "relançar o grupo e as suas marcas em termos internacionais".

Antes, o gestor de nacionalidade portuguesa, que imigrou para França aos 17 anos (em 1976), ocupara o cargo de vice-presidente da Nissan, que se aliou à Renault. Esteve muito ligado ao mercado japonês, mas também à aposta nos carros eléctricos, projecto que o trouxe várias vezes a Portugal, devido à estratégia da rede de mobilidade eléctrica.

Engenheiro de formação, afirmou, em entrevista ao PÚBLICO em 2008, que a mudança do mundo da engenharia para o mundo dos negócios ocorreu em 1998, quando Carlos Goshn lhe pediu para ser o director do programa Megane II Scenic.

Sobre a gestão de pessoas, defende que a palavra-chave é "respeito". "Foi algo que aprendi desde cedo, pelas ligações ao desporto. O desporto impõe muito rigor, disciplina, trabalho, e respeito. Qualquer que seja a empresa ou o continente em que se está a trabalhar o respeito pela pessoa humana é essencial para se gerir as pessoas de maneira positiva", afirmou.

O gestor estava na Renault desde 1981, para onde entrou depois de concluir os estudos na École Centrale francesa.
 

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