Balance boards, o equilíbrio entre a felicidade e a economia
Este jovem alcobacence decidiu recriar aparelho de treino de equilíbrio totalmente fabricado em Portugal. Código postal: Twenty-four Sixty
"Imagina que estás num ginásio. Estás nos aparelhos apoiado numa superfície fixa e, por isso, acabas por trabalhar apenas alguns músculos". Luís Cunha, de 32 anos, explica desta forma o segredo do seu produto ao P3. A ideia é "triplicar a dificuldade. Além de aumentar o nível de concentração, trabalhamos os músculos estabilizadores". O resultado chama-se balance boards.
Estas superfícies de treino instável são mais associadas a desportos como surf ou skate, mas, segundo Luís, podem ser aproveitadas em qualquer modalidade com benefícios ao nível da performance desportiva.
"Não é nada de novo", admite. "Estas pranchas existem nos Estados Unidos, mas a preços muito mais elevados". A diferença está em serem fabricadas totalmente em Portugal com mão-de-obra e matéria-prima portuguesas. "Fazê-la em Portugal, por portugueses e a um preço acessível" sem massificar ou industrializar a produção, resume.
Com formação em Animação e Desporto, Luís sempre trabalhou, com gosto, em ginásios. Não é, pois, estranho que continue a planear o seu futuro com base na formação e experiência profissional que adquiriu.
A promoção do produto fá-la por conta própria, participando em feiras relacionadas com o desporto, através da sua página de Facebook (brevemente também com um site) ou mesmo através do contacto directo com "muitos amigos que tem nos ginásios".
Orgulhosamente nascido e criado em Alcobaça, não desiste de continuar a trabalhar na sua terra, apesar de actualmente residir a cerca de 60 km de distância. A sua ("nossa", como insiste em dizer) empresa é encarada por ele, também, como uma oportunidade de apoiar a economia local.
Código postal: Twenty-four Sixty
A Twenty-four Sixty (2460 é o código postal de Alcobaça) cresceu "devagarinho", sem recurso a crédito bancário. Luís vai fazendo o investimento à medida que consegue juntar algum dinheiro que, depois, utiliza na compra (a comerciantes locais) do material necessário para fazer as pranchas.
O espaço onde faz as "balance boards" é a antiga oficina do seu avô, sapateiro de profissão. Desde criança que ia brincar para a oficina para junto dele. Mais tarde, o local transformou-se num espaço de convívio de amigos. Hoje, conta-nos Luís, "é um espaço de trabalho/convívio" onde "há sempre alguém que aparece tanto para conversar como para dar uma ajuda no fabrico das Twenty-four Sixty".
Apesar de ser um negócio, Luís Cunha garante que é algo que faz com prazer e, no fundo, o que gosta é de "fazer as pessoas felizes".