624 anos de prisão para polícias que participaram no massacre em Carandiru
O crime na que era a maior cadeia do Brasil ocorreu há 21 anos.
A sentença, anunciada pelo juiz Rodrigo Camargo, diz respeito à segunda parte do processo que foi dividido em quatro - ao todo, 78 polícias foram acusados.
Os réus foram condenados à pena mínima, 12 anos por cada homicídio, e poderão recorrer em liberdade, segundo um comunicado do Tribunal de Justiça de São Paulo.
O júri, composto por sete homens, respondeu a um questionário de sete mil perguntas e foi a partir dele que proferiu o veredicto dos polícias acusados de terem executado os presos de Carandiru nas suas celas e nos corredores do estabelecimento prisional.
Sobre este grupo de réus havia a acusação de mais 21 homicídios, cometidos noutras zonas da prisão e cometidos com armas brancas. Não ficou provado que fossem os autores e as acusações foram retiradas.
O massacre ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando a polícia entrou no estabelecimento prisional para controlar uma rebelião no Pavilhão 9. Carandiriu era a maior prisão do Brasil na época e que foi encerrada dez anos depois do massacre. A operação policial foi comandada pelo coronel Ubiratan Guimarães (que já morreu), condenado em 2001 a 632 anos de prisão. O coronel foi absolvido cinco anos depois no recurso e não chegou a cumprir pena.
Na primeira fase do julgamento, realizada em Abril, outros 23 policiais foram condenados à pena mínima por 13 assassínios, o que somou 156 anos para cada um.
O massacre deu origem a um filme do realizador argentino Héctor Babenco, filme que foi exibido, a pedido da acusação, na sala do tribunal durante os julgamentos.