Oposição interna aceita adiamento do Congresso do CDS

Filipe Anacoreta Correia afirma que esta é "uma altura de mudança" no partido.

“Nestas alturas é preciso ter um grande sentido de responsabilidade, uma grande flexibilidade, e percebo que nestas circunstâncias de grande incerteza possa ser inconveniente a realização do Congresso”, argumentou.

O dirigente centrista confessou-se "surpreendido com a incerteza" em que o partido "está mergulhado": "Estamos a viver uma situação muito lamentável e que vai penalizar muito o partido e em primeiro lugar o país”.

“Portanto, ao contrário do que inicialmente comecei por afirmar, compreendo que se proceda ao seu adiamento e não me oporei a ele”, declarou.

Filipe Anacoreta Correia considerou ainda que o CDS-PP tem andado “adormecido”, mas que “esta é uma altura de mudança”, na qual disse estar certo de “que o partido vai mostrar que tem uma grande vitalidade e estar à altura da sua responsabilidade histórica”.

O Conselho Nacional do CDS-PP reúne-se esta sexta-feira à noite para deliberar o adiamento do Congresso marcado para este fim de semana, por estar em curso o processo para “uma solução de estabilidade no Governo”, disse à Lusa fonte da direcção.

A comissão executiva e o presidente do Conselho Nacional, Pires de Lima, com o acordo do presidente da mesa do Congresso, Luís Queiró, solicitaram a marcação de um Conselho Nacional para hoje à noite, no sentido de deliberarem o adiamento da reunião magna dos democratas-cristãos para 20 e 21 de Julho, acrescentou a mesma fonte.

Na quarta-feira, Anacoreta Correia acusou Paulo Portas de irresponsabilidade e apelou a que “o partido não caia com o seu líder” e que ponha o país em primeiro lugar, manifestando-se ainda contrário ao adiamento do XXV Congresso do CDS-PP, que está marcado para sábado e domingo na Póvoa de Varzim.