Em causa está o projecto Céu Único Europeu, que a Comissão Europeia está a preparar, e sobre o qual a comissão de trabalhadores da NAV Portugal e os sindicatos que representam os controladores aéreos pretendem “uma tomada de posição firme e inequívoca” do Governo.

Esta iniciativa insere-se no protesto que os trabalhadores europeus do sector da navegação aérea promovem na quarta-feira e que provocará vários constrangimentos no tráfego aéreo europeu nos próximos dias.

De acordo com a Comissão de Trabalhadores (CT) da NAV Portugal, o protesto dos trabalhadores europeus decorre em simultâneo em 10 países da União Europeia (França, Reino Unido, Itália, Bélgica, Áustria, Portugal, Hungria, República Checa, Eslováquia e Bulgária), com uma greve em França entre hoje e quinta-feira, acompanhada das referidas acções de carácter operacional nos restantes países.

Segundo os trabalhadores europeus, “a intenção da Comissão Europeia de desmantelar as empresas nacionais do sector e de centralizar serviços e processos decisórios irá conduzir à perda, quer de milhares de postos de trabalho, em particular nos países periféricos, quer de soberania dos Estados na gestão dos seus espaços aéreos”.

Por outro lado, refere a CT, os trabalhadores europeus “contestam veementemente a forma como a Comissão tem conduzido este processo, à margem de um efectivo diálogo social, ignorando todos os seus interlocutores, acabando por colocar trabalhadores, empresas de navegação aérea e, mesmo, alguns governos em sintonia na crítica quanto à metodologia e objectivos deste pacote”.

Vinte voos de várias companhias aéreas com partidas e chegadas nos aeroportos de Lisboa e Porto de e com destino a França foram hoje cancelados devido à greve dos controladores aéreos franceses, segundo a ANA – Aeroportos.

Na segunda-feira, a TAP anunciou que ia cancelar 19 voos de e para França em cada um dos três dias de greve dos controladores aéreos franceses contra o projecto da Comissão Europeia para a criação do Céu Único Europeu.

Fonte oficial da companhia liderada por Fernando Pinto disse à Lusa que está a ser feito um esforço para aumentar a capacidade dos voos que se vão realizar de forma a reduzir os impactos desta paralisação.