Por que é que emigrou?

Portugal, Irlanda, Grécia, Itália e Espanha querem saber para onde vão e onde estão os seus emigrantes.

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Investigadores pedem a emigrantes que contem as suas histórias PÚBLICO

Muitos cidadãos destes países viram as portas das empresas onde trabalhavam fecharem, outros perderam salário ou benefícios, a maioria viu degradar-se a sua qualidade de vida. Entre os jovens destes cinco estados, verificam-se as taxas mais altas de desemprego europeias.

Espantada com o fenómeno migratório na Grécia, uma investigadora daquele país contactou colegas de universidades dos países do Sul e da Irlanda e propôs-lhes para fazer um estudo académico sobre a emigração mais recente. Em Portugal, João Peixoto, do Instituto Superior de Economia e Gestão da Técnica de Lisboa, e Joana Azevedo, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, responderam ao apelo e lançaram um inquérito online que é comum aos cinco países.

“Quando é que deixou o país? Antes de sair estava a trabalhar? Que razões o levaram a sair? Que tipo de dificuldades enfrentou ao instalar-se no país?” Estas são algumas das perguntas que podem ser respondidas em pouco mais de 15 minutos através da Internet.

O objectivo é conhecer o perfil dos que saem, explicam João Peixoto e Joana Azevedo. Serão jovens qualificados? Os investigadores acreditam que sim, até pelas notícias de recrutamento que chegam da Alemanha ou do Reino Unido, países à procura de profissionais com qualificações.

De 20 de Maio a 20 de Julho o inquérito está disponível online: Os investigadores querem conhecer o perfil de quem sai, para onde vai, se é jovem, se leva a família, se pretende voltar. Estas respostas vão permitir “identificar áreas de formação de quem sai e sectores de actividade onde vão trabalhar; se partem em situação de desemprego; se com formação vão ter trabalhos compatíveis com o que aprenderam ou se vão apanhar fruta”, exemplifica Joana Azevedo.

“Queremos saber como é que a crise actual tem afectado a migração e a mobilidade no conjunto da União Europeia, em particular nos países do Sul e na Irlanda”, resume João Peixoto.

Os resultados serão trabalhados nos meses seguintes e, até ao final do ano, poderão ser conhecidas as primeiras conclusões – O PÚBLICO irá divulgá-las em primeira mão. Depois, se tudo correr bem, o estudo poderá continuar, mas com financiamento europeu – o projecto está a ser coordenado pelo Global Governance Programme do Instituto Universitário Europeu de Florença, em Itália. E está a ser desenvolvido pelo Real Instituto Elcano, em Madrid, Espanha; e o Trinity College Dublin, Irlanda. “Os resultados serão utilizados para fins académicos, mas também para fazer recomendações políticas”, conclui o investigador.

Título corrigido às 9h00.
 
 

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