PSD realça não-aumento de impostos, CDS sublinha corte na despesa
Deputados da maioria salientam que resposta ao Constitucional passou pela despesa e não pela receita.
Já o vice-presidente da bancada do CDS, João Almeida, também em declarações aos jornalistas no Parlamento, sublinhou a concordância do partido perante a proposta de rectificativo. "As medidas que são tidas como alternativas [ao chumbo do Tribunal Constitucional] são de cortes de despesa nos ministérios, caminho que o CDS sempre defendeu", afirmou João Almeida. "É a resposta necessária ao Tribunal Constitucional e vai no melhor sentido possível, tendo em conta os constrangimentos que temos", acrescentou.
Já o PCP considerou que, "numa primeira análise muito sintética, os portugueses só podem esperar mais do mesmo". O líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, afirmou que "a recessão, segundo o próprio critério do Governo, agrava-se para o dobro do que estava previsto no Orçamento inicial, o desemprego aumenta, o investimento tem uma quebra de quase do dobro também daquilo que era a quebra prevista no Orçamento inicial para 2013".
Rejeitando medidas como a redução do salário dos funcionários públicos através da mobilidade especial, Bernardino Soares insistiu na necessidade de mudar de caminho. "Por este caminho, só teremos mais recessão, mais desemprego, mais pobreza, este caminho tem de ser rapidamente interrompido, porque não há retificação a esta política que possa resolver os problemas do país", disse.
Também o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, condenou a criação de uma taxa sobre os subsídios de doença e desemprego prevista no Orçamento rectificativo, considerando que revelam a insistência do Governo na "insensibilidade social".
"Os dados do Orçamento rectificativo dão conta de que o Governo insiste na insensibilidade social que já lhe tinha sido apontada pelo Tribunal Constitucional", afirmou.
O bloquista criticou ainda o aumento da contribuição dos pensionistas da função pública para a ADSE, afirmando que a opção do Governo mostra que "o bolso dos pensionistas é um dos lugares dourados" onde o executivo "teima em ir".
"Se isto não é aumento de impostos, não sei que eufemismos mais vai encontrar o Governo para fugir à realidade. Mais uma vez, quem paga o rectificativo e os desvios do Governo são os rendimentos das famílias e os bolsos dos portugueses", disse Pedro Filipe Soares.