Cacilheiro “vai mostrar vitalidade do país” na Bienal de Veneza

O Secretário de Estado e a artista defenderam nesta sexta-feira em Veneza que o projecto Trafaria Praia vai mostrar que a "vitalidade" não passa só pelas artes visuais. Barreto Xavier garantiu que Joana Vasconcelos já é "uma marca portuguesa".

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"Trafaria Praia", de Joana Vasconcelos

O governante falava numa conferência de imprensa de apresentação da representação oficial na 55.ª edição da Exposição Internacional, a bordo do cacilheiro Trafaria Praia, o Pavilhão de Portugal transformado em obra de arte por Joana Vasconcelos, que será inaugurado nesta sexta-feira, oficialmente, às 18h.

O barco está desde terça-feira aberto ao público especializado, mas só no sábado, dia da abertura oficial da Bienal de Arte de Veneza 2013, os restantes visitantes poderão vê-lo junto aos Giardini, onde está atracado, para conhecer o projecto artístico da representação portuguesa e viajar pela Lagoa de Veneza.

Na conferência de imprensa, o secretário de Estado da Cultura disse esperar que a presença deste projecto nacional na Bienal de Veneza, a par de “vários outros artistas e curadores portugueses na exposição, possa mostrar a vitalidade das artes visuais e do país nos próximos meses”.

Jorge Barreto Xavier sublinhou que o projecto “resulta acima de tudo do esforço que Joana Vasconcelos desenvolveu, pela sua determinação e capacidade empreendedora”.

“A Joana Vasconcelos é uma artista que é, de algum modo, ela própria uma marca portuguesa”, considerou o governante.

Barreto Xavier sublinhou também o apoio institucional de vários sectores do Governo, desde a área da cultura, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e ao Ministério da Economia, assim como a Secretaria de Estado das Obras Públicas e dos Transportes, além da adesão de empresas privadas.

A artista e o comissário da representação de Portugal, Miguel Amado, estiveram na conferência de imprensa em que também participou o diretor-geral das Artes, Samuel Rego, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, que apoiou o projecto.

“Trazer aqui um barco é uma ideia para ligar Lisboa e Veneza por mar”, disse Joana Vasconcelos, sublinhando que, anteriormente, a Bienal de Arte de Veneza já teve outros pavilhões flutuantes, mas estavam ancorados e o Trafaria Praia é o primeiro a navegar pela lagoa. “É uma ligação poética entre estes dois povos."

A artista comentou que foi complicado obter as autorizações junto das autoridades venezianas, mas o objectivo foi alcançado com o apoio da organização da Bienal de Arte de Veneza.

Outra ideia fundamental do projecto foi a da “embaixada portuguesa”: “Trazer o que há de melhor de Portugal – não tudo, mas aqueles que se quiseram juntar a nós”, disse, indicando como exemplo a parceria com a empresa A Vida Portuguesa, de Catarina Portas, que vende produtos tradicionais portugueses na loja do cacilheiro.
 
Questionado pela agência Lusa no final da conferência de imprensa sobre o futuro da representação portuguesa em Veneza para as exposições de arquitetura e de arte, o secretário de Estado disse que esta semana tem estado a fazer contactos com várias entidades. “Ainda não há decisões, mas a intenção é conseguir um espaço para receber as próximas representações de Portugal de forma a obter uma certa estabilidade para o futuro”, comentou.

O Pavilhão de Portugal é uma das 88 representações nacionais da Bienal de Arte de Veneza 2013, na qual participam ainda, do universo lusófono, Brasil e Angola, este último país pela primeira vez.

A Bienal apresenta obras de 150 artistas de 37 países e uma programação paralela de dezenas de debates e eventos culturais.