Céline de Azevedo, uma profissional da cor

Céline levanta-se todos os dias para criar cores e é a responsável pelo departamento de Design de Cor do grupo de tintas CIN. A inspiração pode chegar de qualquer lado

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Céline de Azevedo tem 32 anos e há oito que vive em Portugal
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Céline de Azevedo tem 32 anos e há oito que vive em Portugal

Já imaginaste um mundo monocromático? Céline de Azevedo luta todos os dias para que isso não aconteça. É designer de cor e já criou mais de 500. Nascida em França mas filha de pais portugueses, Céline tem 32 anos e há oito que vive em Portugal. Em 2004 foi convidada a trabalhar como responsável pelo departamento de Design de Cor do grupo de tintas CIN, função que ainda hoje desempenha.

Licenciou-se em Artes Aplicadas e prosseguiu estudos nas Artes Plásticas. Contudo, não se conseguia decidir por apenas uma área de especialização. Depois de analisar todos os seus trabalhos, Céline acabou por descobrir que havia um ponto em comum que lhe permitiria trabalhar em qualquer área: a cor. “A partir daí, apaixonei-me pela riqueza do mundo da cor em todos os seus aspectos (artísticos, históricos, culturais, culinários, arquitectónicos, naturais…) e fiz uma especialização em Design de Cor” na Universidade de Toulouse, conta ao P3.

Mas a paixão não surgiu apenas na universidade. A cor sempre esteve muito presente na vida da designer que, ainda enquanto criança, passava horas a desenhar colorir, pintar, criar objectos e a fotografar tudo o que a rodeava. Além disso, também coleccionava vários objectos, desde pedras minerais a cartolinas, organizando-os por cor. “Era como juntar cores, que podiam, um dia, tornar-se úteis para mim”, explica.

Para a designer de cor, “o mundo é a inspiração”, dado que esta pode surgir de uma viagem, uma fachada, uma amostra de têxtil, a natureza, as pessoas, uma visita a uma exposição de arte ou de fotografia, a leitura ou mesmo da música. “Criar cores é observar o mundo com um olhar sensível”, remata. Céline já concebeu cores a partir de folhas de plantas, inclusive. Nunca teve bloqueios de criatividade e garante que ainda há muito por explorar no mundo da cor.

 

A designer acompanha os variados processos de criação de cor em múltiplos projectos, razão pela qual nenhum dos seus dias é igual a outro. “Tratar da produção dos catálogos com os fornecedores, estar no departamento de R&D da CIN a examinar as cores ou, ainda, dar formação de cor são algumas das actividades que fazem parte da minha rotina”, exemplifica.

Para além da área das tintas, Céline já trabalhou no segmento do design industrial para a definição de gamas de cores e na área do urbanismo para a definição da paleta de cores para várias cidades e centros históricos.

 

O mercado da cor (?)

O tempo que pode levar a criar uma nova cor é indefinido. Céline de Azevedo afirma que tanto se pode criar em apenas um dia, como numa semana ou até pode levar várias semanas. “Depende muito da complexidade do projecto”, justifica. No caso do catálogo Tendências da CIN, que engloba cerca de 30 cores, o processo demora um ano.

 

 

Na maioria das vezes, as encomendas originam a criação de uma cor que posteriormente será vendida ou aplicada num produto. Como tal, torna-se necessário definir as necessidades dos consumidores através da participação em feiras internacionais ou em workshops com líderes de opinião, bem como da observação da evolução dos estilos de vida. As tendências são analisadas mas “no final, as cores têm sempre o toque pessoal de quem as concebe”, garante Céline.

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