Bruxelas pressiona Espanha a adoptar reformas “contundentes”
Governo de Rajoy destaca esforços feitos no último ano. Comissão Europeia diz que plano de estabilidade apresentado por Madrid é um passo na direcção certa.
O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Olli Rehn, reconheceu “esforços significativos” e defendeu que Espanha “deve adoptar reformas contundentes”, diz o diário El País.
O Governo espanhol espera pela decisão final da Comissão Europeia em relação ao procedimento relativo aos défices excessivos, com a garantia de que terá mais dois anos para cumprir as metas orçamentais, desde que cumpra a aplicação do plano de consolidação das contas públicas negociado com Bruxelas.
A seguir à reunião dos ministros das Finanças da zona euro, na segunda-feira em Bruxelas, o comissário europeu considerou que o programa de estabilidade para os próximos anos, apresentado por Madrid em Abril, representa um passo na direcção certa para “superar a crise”, equilibrando a consolidação orçamental com medidas para ultrapassar “a difícil situação económica”, segundo relata o jornal Expansión.
Mariano Rajoy apresentou um plano de medidas para reduzir progressivamente o desequilíbrio orçamental, com o objectivo de o Estado fechar o ano de 2016 com um défice abaixo dos 3% do PIB. Para o presente ano, a meta está fixada em 6,3%.
Para atingir aquele objectivo, é certo que o Governo vai prolongar o agravamento do equivalente ao IRS por, pelo menos, mais um ano em relação ao que estava previsto. E está sob pressão para introduzir novas reformas no mercado de trabalho e na área das pensões. Terá de o fazer num contexto económico de recessão mais forte, de fraco crescimento em 2014 e de um aumento do desemprego (para 27,1% da população activa em 2013), segundo prevê o executivo.
De acordo com o El País, parte da reunião dos ministros das Finanças foi dedicada a examinar ao detalhe os “desequilíbrios excessivos” de Espanha e da Eslovénia, país também sob pressão dos pares europeus para adoptar medidas que, no caso esloveno, evitem um pedido de resgate financeiro internacional.
Em relação ao programa de ajustamento, o ministro da Economia e Competitividade, Luis de Guindos, defendeu antes da reunião do Eurogrupo o caminho traçado pelo Governo, notando a “correcção muito importante” dos desequilíbrios de Espanha que, disse, seria reconhecida pelos seus pares.