Israel ataca alvo sírio, um carregamento de armas para o Hezbollah

Operação não foi confirmada oficialmente. EUA discutem opções militares na Síria.

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Vários aviões de guerra israelitas sobrevoaram o Líbano a baixa altitude nos últimos dias AFP

Este é já o segundo ataque israelita a um alvo sírio este ano, e ocorre numa altura em que os Estados Unidos dizem estar a pesar opções sobre como reagir caso o regime tenha mesmo usado armas químicas com o Presidente, Barack Obama, a excluir colocar homens no terreno.

A especulação sobre o ataque, confirmado por várias fontes, todas anónimas, começou por ser que a acção teria tido lugar no interior do Líbano, onde houve relatos da passagem, a baixa altitude, de aviões israelitas tanto na quinta com na sexta-feira. Segundo a CNN, foram registados 16 voos de aviões de guerra israelitas pelas autoridades libanesas, e ainda a entrada de um avião-espião no país na sexta-feira, uma aeronave que só regressou no sábado de manhã. Também houve rumores de que se trataria de armas químicas.

Fontes israelitas e norte-americanas disseram depois que o ataque atingiu um carregamento de armas sofisticadas, mas não químicas.

O arsenal de armas químicas do Presidente sírio, Bashar al-Assad, causa preocupação nos Estados Unidos, e Barack Obama declarou que a sua utilização seria a passagem de uma “linha vermelha”. Informação dos serviços secretos aponta nesse sentido, mas a Administração quer provas.

Também Israel se preocupa com estas armas, mais pela possibilidade de que caiam nas mãos de grupos como o Hezbollah, com quem teve uma guerra em 2006, ou que cheguem aos opositores de Assad, que incluem islamistas.

Apesar de tudo, a fronteira com a Síria é uma das mais calmas de Israel desde o final da guerra do Yom Kippur em 1973. E com a mudança de regime no Egipto, após a qual houve já ataques vindos do Sinai, o país tem cada vez mais medo de instabilidade no seu vizinho a norte, e nenhum lado para apoiar.

O que fazer contra as armas químicas?
Israel não confirmou formalmente nenhum dos ataques, mas tem repetido que não permitirá que armas saiam da Síria para grupos de combatentes na região. Responsáveis israelitas acreditam que o regime tem entre 15 a 20 locais de armazenamento de armas químicas, perto de bases aéreas ou aeroportos, o que facilitaria o seu transporte por avião.

Com a natureza das armas a excluir a possibilidade de um ataque directo, que poderia libertar os agentes químicos e causar danos colaterais elevados, a segunda melhor hipótese será atacar as rotas de fornecimento em que são levados os mísseis capazes de transportar as armas químicas, disseram fontes militares ao New York Times. A especulação é de que terá sido isso mesmo que aconteceu na sexta-feira.

Um responsável israelita, Amos Gilad, garantiu que não havia quaisquer entregas de armas químicas do regime de Assad para o Hezbollah e que a guerrilha libanesa estava mais interessada em obter mais mísseis capazes de atingir Israel.

A guerra civil na Síria, que começou com a repressão violenta, por parte do regime de Bashar al-Assad, de protestos na sequência da chamada “Primavera árabe”, fez já mais de 70 mil mortos e mais de um milhão de desaparecidos. Esporadicamente, a violência tem saído das fronteiras do país e atingido o Líbano, o Iraque ou a Turquia.

Nos Estados Unidos, a discussão sobre ataques na Síria, incluindo acções a ser levadas a cabo pelos EUA mas sempre com aliados, incluem ofensivas sobre sistemas de defesa antiaéreos, aviões militares, e stocks de mísseis, segundo o New York Times.     

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