Google muda "Territórios palestinianos" para "Palestina" e acende debate político
A mudança pode parecer insignificante, mas muitos defensores da criação de um Estado palestiniano receberam a notícia com agrado.
Antes da mudança, quem acedia ao endereço www.google.ps era recebido com o termo "Territórios palestinianos", inscrito por baixo do logótipo da empresa norte-americana, mas o site da Palestine News Network reparou na mudança e escreveu que o Google "reconheceu o Estado palestiniano", um título que foi depois replicado por outros media internacionais.
Elias Groll, editor da revista norte-americana Foreign Policy, escreve que "a mudança é, obviamente, mínima", mas salienta que, "no contexto político do Médio Oriente, a decisão do Google pode ser interpretada como uma vitória pelos defensores de um Estado palestiniano".
As reacções nas redes sociais vão desde reparos sobre a insignificância da mudança a manifestações de alegria: "Pequenos passos em direcção à criação de um Estado palestiniano. Hoje: a mudança na semântica do Google", escreve no Twitter Martin Eiermann, director adjunto da revista alemã The European. O iraniano-americano Reza Aslan, conhecido escritor, activista e professor na Universidade Drew, no estado norte-americano de Nova Jérsia, deixou uma mensagem mais enigmática: "Quem é que precisa da ONU? O Google reconheceu a Palestina", com um link para a notícia no site da Foreign Policy.
Em finais de Novembro do ano passado, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que tornou a Palestina num membro observador das Nações Unidas, com 138 votos a favor (entre os quais o de Portugal), nove contra e 41 abstenções. A votação, que contou com uma abstenção histórica da Alemanha, foi vista como uma pesada derrota para Israel e os Estados Unidos.
"Não estamos aqui para retirar legitimidade a um Estado, Israel; estamos aqui para legitimar outro Estado, a Palestina", disse então o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, respondeu que "a resolução da ONU não vai mudar o que se passa no terreno". "Não vai fazer nascer o Estado palestiniano ou fazer com que o seu nascimento esteja mais próximo; pelo contrário, está mais distante. Tenho uma mensagem simples para os que estão reunidos na Assembleia Geral. Não será uma decisão da ONU a quebrar quatro mil anos de vínculo entre o povo judeu e a terra de Israel", afirmou o chefe do Governo de Israel.