Pai dos irmãos Tsarnaev adia viagem aos EUA
Anzor Tsarnaev tinha afirmado, numa conferência de imprensa em Makhachkala, Daguestão, que se preparava para ir para os EUA, esperando poder ver o seu filho mais novo, Dzhokhar, que está detido, e enterrar o mais velho, Tamerlna, que morreu numa perseguição policial.
O pai dos alegados bombistas pediu para não que não fosse revelado o local onde se encontra. Numas entrevistas dizia estar na Tchetchénia sem especificar, noutras afirmava apenas que não estava em Moscovo. Durante a semana passada, a casa onde estavam Anzor e a mulher, Zubeidat, foi cercada por jornalistas.
"Por agora não vou voltar aos Estados Unidos. Estou aqui. Estou doente", disse à Reuters. Tinha um aspecto cansado, a cara chupada. Disse sofrer de tensão alta e de problemas de coração.
"Sinto-me deseperado, sem poder fazer nada. Somos pessoas simples. Estamos a tentar compreender. Sentimo-nos atacados por todos os lados", disse aos jornalistas. "Não sei se devo falar ou ficar calado. Não quero fazer mal ao meu filho... Estamos habituados a todo o tipo de coisas aqui, mas não estávamos à espera disto vindo dos Estados Unidos", disse Anzor Tsarnaev, expressando a confusão de ver os seus filhos classificados como terroristas islâmicos.
Enquanto isso, surgem detalhes sobre o aviso das autoridades russas às autoridades norte-americanas sobre os Tsarnaev. Segundo uma fonte ligada à investigação citada pelo New York Times, a Rússia nunca tinha dito exactamente de onde vinham as suas preocupações, transmitidas aos EUA em 2011, primeiro em Março, e repetidas em Setembro. Diziam apenas que Tamerlan, o irmão mais velho, tinha adoptado ideias radicais e planeava viajar para a Rússia para se encontrar com grupos extremistas.
Agora, Moscovo explicou que o aviso tinha tido base numa conversa telefónica, interceptada pelos seus serviços, entre Tamerlan e a mãe, discutindo jihad (guerra santa), mas sem qualquer plano.