A “Casa com Três Pátios” tem um aspecto cru e o cheiro quer transparecer através das fotografias. Como se isso fosse possível. Há um pátio “introspectivo” e “intimista” virado a sul. Depois há outro, pequeno, funcional e mais resguardado. O terceiro e último é “disforme”, orienta-se para o norte e preenche-se com uma luz suave, quase meiga, vinda de uma parede que espelha o sol. Mas nada disto foi premeditado. É apenas “uma resposta directa aos problemas de configuração do terreno”, que apresenta uma paisagem “estimulante” a norte, mas a orientação da fachada principal tinha que ser a sul (dada a incidência solar). A obra do arquitecto Miguel Marcelino, de 32 anos, é “coerente” e harmoniosa. Quer comunicar com o espaço envolvente, com o lago a norte, com o sol a sul e com os sobreiros que a vão abraçando, mas que não sufocam. É que aqui, neste lote em Benavente, “o espaço exterior é quase tão importante como o interior”. Ana Chaves