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Merkel diz que resgate “evitou falência” de Chipre

A chanceler alemã mostou-se “muito satisfeita” com o plano de resgate do país, acordado na madrugada desta segunda-feira.

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DANIEL ROLAND/AFP

“Conseguiu-se uma repartição justa das responsabilidades”, referiu a chanceler, sublinhando que “não queremos que os contribuintes sejam obrigados a auxiliar bancos, mas que sejam os bancos a salvar-se a si mesmos”.

Já o presidente da Comissão Europeia afirmou estar confiante no sucesso do programa de resgate a Chipre, argumentando que permitirá restaurar a viabilidade da economia cipriota, mas afirmou ser cedo para estimar impactos macroeconómicos.

Numa declaração feita nesta segunda-feira, em Bruxelas, José Manuel Durão Barroso disse que, se o programa de resgate acordado esta madrugada pelos ministros das Finanças da zona euro for “devidamente aplicado”, vai “restaurar a viabilidade da economia cipriota”.

O presidente da Comissão Europeia mostrou-se confiante no sucesso do programa, no valor de 10 mil milhões de euros, e anunciou a criação de um grupo de trabalho que vai dar apoio às autoridades cipriotas.

“Estou confiante de que o programa vai resultar, mas, vamos ser honestos. Neste momento, não podemos dizer exactamente qual será o impacto”, disse Durão Barroso, quando questionado sobre os eventuais impactos das medidas acordadas na última madrugada.

No que respeita ao grupo de trabalho, o presidente do executivo comunitário explicou que trabalhará em Bruxelas, contando com uma equipa em Nicósia, e que será coordenada pelo comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn.

“O seu trabalho está focado na competitividade, no emprego e no crescimento”, disse Durão Barroso, acrescentando que o grupo de trabalho apresentará à Comissão Europeia e às autoridades cipriotas relatórios trimestrais sobre a evolução do programa.

O presidente da Comissão Europeia fez ainda um apelo a Chipre e aos 27: “Apelo a Chipre para que mostre unidade e responsabilidade na concretização do acordo e apelo a todos os Estados-membros da União Europeia para que mostrem solidariedade para com um país que está a enfrentar desafios excepcionais”.

Solução é melhor que a bancarrota, diz Barnier
O comissário europeu responsável pelo mercado interno, Michel Barnier, disse, por seu lado, que a solução para Chipre "é melhor que a bancarrota" e considerou que se o modelo de supervisão bancária europeia estivesse em vigor o país não teria problemas.

O Banco Central Europeu não teria permitido aos bancos cipriotas "fazerem o que têm andado a fazer há algum tempo" se fosse o supervisor bancário, disse Barnier hoje em Bruxelas, acrescentando que é tempo de os bancos "se afastaram de uma cultura financeira de curto-prazo".

Numa conferência de imprensa na capital belga, o comissário europeu responsável pelo mercado interno afirmou ainda que os novos regulamentos de supervisão bancária teriam impedido a crise cipriota, mas admitiu que as instituições europeias "deviam ter sido mais vigilantes há mais tempo".

Já sobre a restrição ao movimento de capitais, o comissário europeu confirmou que "só podem durar alguns dias" e que essa limitação tem de manter-se "excepcional".

Para Michel Barnier, Chipre precisava de uma supervisão bancária mais rigorosa, mas é certo que, agora, o modelo cipriota baseado no sector financeiro "chegou ao fim".

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