Parece que Efeitos Secundários é o último filme de Soderbergh antes da reforma (descontando Behind the Candelabra, o seu filme sobre Liberace, que irá ser exibido na televisão nos EUA). O seu ponto final é, então, um eficaz exercício de género, um policial que actualiza a velha história do bode expiatório apanhado numa conspiração que o transcende, ambientado no moderno mundo dos fármacos. Escorreito, desempoeirado, metódica e precisamente montado, é uma “volta de honra” de um cineasta em absoluto controlo do seu talento: pode faltar-lhe o rasgo de diferença, de humor, de energia, que (por exemplo) estava no recente Uma Traição Fatal, mas o savoir-faire é tal que damos por nós a ter saudades dos tempos em que Hollywood tinha mais gente como Soderbergh, a saber o que está a fazer e a fazê-lo bem.
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