No final do ano haverá quase um telemóvel por habitante
Quase todos temos telemóvel mas a Internet ainda é uma miragem para muitos. Em África, por exemplo, apenas 16% da população tem acesso.
O relatório da UIT revela que mais de metade das assinaturas de telemóveis – 3500 milhões – está na Ásia, que continua a ser o mercado em maior crescimento nesta área.
No final deste ano, a taxa de penetração de telemóveis terá chegado aos 96% em todo o mundo. Mas ainda há discrepâncias: nos países desenvolvidos essa taxa será de 128%, enquanto nos países em desenvolvimento deverá ser de 89%.
Em relação ao acesso à Internet, o cenário é diferente. A UIT estima que 2700 milhões de pessoas (cerca de 39% da população mundial) estejam já online e que no final do ano 41% dos lares (outro indicador considerado importante para medir o acesso à Internet) estarão ligados à Internet. O destaque vai para os países da Europa, onde a taxa de penetração é de 75%, seguidos pelos Estados Unidos, com uma taxa de 61%.
Segundo o relatório, a velocidade da banda larga (pelo menos 10 Mbit/segundo) é maior em alguns países asiáticos, nomeadamente na Coreia, China e Japão, e em países europeus como a Bulgária, a Islândia e Portugal.
Apenas 16% dos africanos tem Internet
“A revolução móvel está a dar poder às pessoas nos países em desenvolvimento, fornecendo aplicações ICT [tecnologias de informação e comunicação] para a educação, saúde, governo, banca, ambiente e negócios”, escreve o director do Departamento de Desenvolvimento de Telecomunicações da UIT, Brahima Sanou, no relatório divulgado quarta-feira.
No entanto, nos países em desenvolvimento apenas 31% da população terá acesso à Internet no final do ano, ou seja, mais de dois terços das pessoas vão continuar offline. Nos países desenvolvidos, 77% dos habitantes têm Internet.
Os dados relativos a África espelham bem essa diferença: apenas 16% da população tem acesso à Internet. Ainda assim, nos últimos quatro anos registou-se um forte crescimento do número de lares com Internet, a um ritmo de 27% por ano, nota a UIT.
Segundo esta organização, 90% das 1100 milhões de habitações que ainda estão offline em todo o mundo situam-se nos países em desenvolvimento. Nestes, os equipamentos e a tecnologia têm um custo elevado – uma assinatura pode custar mais de 50% do rendimento per capita.
Neste que é o primeiro relatório a analisar o acesso das mulheres à Internet, conclui-se que 1300 milhões de mulheres (37% da população feminina) estão online. Os homens são 1500 milhões, ou seja, 41% da população masculina.