ASPP responsabiliza clubes pela falta de policiamento
A ASPP/PSP considera que devem ser imputadas responsabilidades aos dirigentes dos clubes pelas consequências da falta de condições de segurança nos estádios.
“A ASPP/PSP lamenta a atitude de alguns clubes que, numa lógica economicista, colocam em causa a segurança e integridade daqueles que pretendem assistir a um espectáculo desportivo. É perceptível, pelo crescimento do nível de violência que se tem verificado nos jogos sem policiamento, que, para os responsáveis dos clubes, a segurança dos espectadores esteve sempre em segundo plano”, afirma a ASPP/PSP, em comunicado.<_o3a_p>
A associação sindical da Polícia de Segurança Pública salienta que a atitude dos clubes aumenta a sua preocupação “quando a falta de policiamento obriga a uma intervenção exclusivamente repressiva por parte da PSP para a reposição da ordem pública, o que seria evitável se tivessem sido criadas as condições mínimas de segurança”.<_o3a_p>
Este comunicado surge um dia depois de o jogo entre Vitória de Guimarães B e Sporting de Braga B, da 29.ª jornada da II Liga, ter sido interrompido aos oito minutos e posteriormente suspenso pelo árbitro portuense Hugo Pacheco, devido a actos de violência entre adeptos das duas formações, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.<_o3a_p>
Para a ASPP/PSP, “é notório que o policiamento preventivo da PSP é imprescindível nos estádios de futebol". Esta associação sindical, que não coloca em causa o trabalho dos assistentes de recinto desportivo, considera, contudo, que eles não estão revestidos da autoridade que faz parte dos atributos da polícia e que fazem toda a diferença quando estamos perante indivíduos que, por tendência, criam desordem pública.<_o3a_p>
A organização sindical reconhece que os resultados da entrada em vigor do Decreto-Lei 216/2012, em 9 de Novembro de 2012, “provam a necessidade de um reajustamento para que a segurança neste tipo de eventos seja uma certeza”. <_o3a_p>
“No entanto, tendo em conta que os clubes de futebol estão constituídos como SAD, privadas e que visam o lucro, não é admissível que seja o erário público a suportar as despesas com a segurança nestes espaços”, sublinha a ASPP/PSP, concluindo que “a segurança dos estádios seja garantida por profissionais que, quer estejam em policiamento preventivo ou integrem as Unidades Especiais de Polícia, com uma missão reactiva, devem ser remunerados, de acordo com as tabelas previstas na legislação em vigor”.<_o3a_p>